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Pragas caribenhas
ameaçam
entrar no país, diz
pesquisador
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Natal
Três pragas que hoje se alastram
nos campos do Suriname, Guiana,
Guiana Francesa e Caribe poderão
infestar também as plantações
brasileiras nos próximos anos.
O alerta foi feito ontem pelo diretor do programa de erradicação
da mosca da carambola da OEA
(Organização dos Estados Americanos), Aldo Malavasi, na 50ª
Reunião Anual da SBPC.
Segundo ele, das três pragas, só a
mosca da carambola, encontrada
na fronteira com a Guiana Francesa, poderá ser erradicada antes de
atacar lavouras no Brasil.
Malavasi considera "inevitável" a entrada no país da cochonilha rosada e do bicho-do-caroço-da-manga em prazos que variam de 4 a 10 anos, por falta de
ações efetivas de prevenção.
A ameaça imediata, disse, é a cochonilha rosada, que ataca mais de
200 tipos de frutas. Na Guiana, de
acordo com o diretor, o inseto
destrói de 20% a 80% das plantações de melão que invade.
Segundo Malavasi -que também é professor da USP-, uma
eventual infestação desse inseto
no país causaria um prejuízo
anual de US$ 159 milhões.
Malavasi estima que de 20% a
30% da produção da região deixa
de ser colhida ou torna-se comercialmente inviável em virtude da
ação desses insetos.
A produção do Nordeste rende
em torno de US$ 300 milhões por
ano, sendo US$ 90 milhões em exportações, principalmente para a
Europa e os Estados Unidos.
O diretor do programa da OEA
aponta os portos e aeroportos de
São Paulo e do Rio de Janeiro como as principais portas de entrada
de pragas. É por ali que a cochonilha rosada e o bicho-do-caroço-da-manga vão entrar no país.
"O Brasil controla a entrada de
produtos eletrônicos, mas não faz
a mesma coisa como as pragas",
disse Malavasi.
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