São Paulo, quinta, 16 de julho de 1998

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Pragas caribenhas ameaçam entrar no país, diz pesquisador

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Natal

Três pragas que hoje se alastram nos campos do Suriname, Guiana, Guiana Francesa e Caribe poderão infestar também as plantações brasileiras nos próximos anos.
O alerta foi feito ontem pelo diretor do programa de erradicação da mosca da carambola da OEA (Organização dos Estados Americanos), Aldo Malavasi, na 50ª Reunião Anual da SBPC.
Segundo ele, das três pragas, só a mosca da carambola, encontrada na fronteira com a Guiana Francesa, poderá ser erradicada antes de atacar lavouras no Brasil.
Malavasi considera "inevitável" a entrada no país da cochonilha rosada e do bicho-do-caroço-da-manga em prazos que variam de 4 a 10 anos, por falta de ações efetivas de prevenção.
A ameaça imediata, disse, é a cochonilha rosada, que ataca mais de 200 tipos de frutas. Na Guiana, de acordo com o diretor, o inseto destrói de 20% a 80% das plantações de melão que invade.
Segundo Malavasi -que também é professor da USP-, uma eventual infestação desse inseto no país causaria um prejuízo anual de US$ 159 milhões.
Malavasi estima que de 20% a 30% da produção da região deixa de ser colhida ou torna-se comercialmente inviável em virtude da ação desses insetos.
A produção do Nordeste rende em torno de US$ 300 milhões por ano, sendo US$ 90 milhões em exportações, principalmente para a Europa e os Estados Unidos.
O diretor do programa da OEA aponta os portos e aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro como as principais portas de entrada de pragas. É por ali que a cochonilha rosada e o bicho-do-caroço-da-manga vão entrar no país.
"O Brasil controla a entrada de produtos eletrônicos, mas não faz a mesma coisa como as pragas", disse Malavasi.



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