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Prefeitura nega impacto econômico
DA REPORTAGEM LOCAL
A administração Marta Suplicy
nega que já haja impactos econômicos no sistema provocados pelo bilhete único, mas evita revelar
suas projeções para 2005.
A versão é de que a atração de
novos usuários pagantes
-oriundos de metrô, clandestinos e carros- compensa uma
eventual perda de arrecadação futura e que os custos não vão subir
porque a frota será mantida e terá
menos gastos com combustível e
manutenção após a inauguração
de corredores de ônibus que a livra dos congestionamentos.
A prefeitura reconhece a imprevisibilidade do cartão magnético.
"O bilhete único é como a grama
da praça. Os pedestres passam,
em seguida os caminhos se ajeitam", diz Adauto Farias, representante da SPTrans (órgão municipal de transporte), que atribui
a elevação dos subsídios neste
ano, em relação a 2003, a custos
decorrentes de reajuste salarial de
condutores e renovação da frota.
Empresários de ônibus afirmaram à Folha que os repasses feitos
pela prefeitura de subvenções e
das baldeações nos terminais começaram a sofrer atrasos após a
implantação do bilhete único.
A verba dos terminais, que deveria ter sido paga no dia 20 de julho, não havia sido depositada até
a semana passada. A dos subsídios, prevista para sair no dia 5,
foi paga somente no dia 10. Esse
atraso motivou a ameaça de atraso nos pagamentos pelas viações
de um sócio do grupo Ruas, líder
do setor em São Paulo.
Adauto Farias diz que, contratualmente, a "demora" para fazer
esses repasses não configura atraso, já que não se trata de dinheiro
arrecadado na catraca. Ele atribui
essa situação a um ajuste de fluxo
de caixa, pelo fato de as compras
de vale-transporte com bilhete
único, por serem mais ágeis, serem feitas com menos antecedência pelas empresas do que na época do vale-transporte em papel.
Farias diz que a tese de queda de
arrecadação pós-bilhete único
não se confirmou -houve até
uma alta, mas "artificial", motivada pelo fato de boa parte dos passageiros de lotação passar a ser
controlada eletronicamente, sem
margem para subnotificação.
Sobre a diferença entre os déficits (arrecadação menos remuneração dos operadores) de maio
-R$ 19,4 milhões- e de junho
-R$ 26 milhões-, ele alega que
se trata de variações mensais naturais, que serão compensadas no
balanço de julho. (AI)
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