São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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Estado atribui valor maior à melhoria da rede

DA REPORTAGEM LOCAL

A elevação dos subsídios do transporte sobre trilhos de São Paulo na gestão do PSDB é atribuída pelo secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, à melhoria e ampliação da rede, ao aumento da oferta e às transferências gratuitas entre os dois sistemas, que começaram a vigorar há mais de quatro anos.
O incremento foi maior na CPTM, que em 2003 teve subsídios de R$ 283,5 milhões -52% do custo operacional. Em 1995, eram R$ 84 milhões (valores atualizados), 21% das despesas.
Por trás dessas subvenções esteve a modernização da malha (principalmente no Expresso Leste e na linha Osasco-Jurubatuba), a elevação dos usuários (1 milhão/dia) e as baldeações gratuitas entre as duas redes.
No Metrô, as subvenções ultrapassam 15% dos custos, mas estão restritas às gratuidades -de idosos, estudantes e deficientes. Ou seja, a evolução da injeção de verba orçamentária, de R$ 47,6 milhões, em 1995, para R$ 124,9 milhões, em 2003, é motivada essencialmente pelo crescimento desse contingente.
Fernandes critica a expectativa de aumento dos subsídios na prefeitura, alegando que "essa prática não deve ser feita de forma acelerada". "O que causa certo desconforto é a forma um tanto atabalhoada. Todos, petistas e tucanos, lutamos para que haja subsídios ao transporte. No mundo inteiro é assim. O bilhete único é um avanço. Mas não se pode subsidiar os setores produtivos. É um descuido. Na correria, a bomba cai no ano que vem. Se gastarmos tudo em custeio, vamos perpetuar a situação frágil da rede", diz.
O secretário, ao criticar esse "descuido", refere-se ao fato, por exemplo, de o vale-transporte, que deveria ser subsidiado pelos empresas, ter a mesma vantagem do bilhete único, subsidiado pelo dinheiro público. Alega que essa medida, no fundo, alivia a situação dos empregadores (que, em vez de duas tarifas, pagam uma), e não dos passageiros mais pobres.
Fernandes ainda diz que poderia ter sido evitada a permissão de viagens de ida e volta com a mesma tarifa dentro de duas horas -situação que, para ele, é uma imprevisibilidade capaz de ameaçar a conta no futuro.

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