São Paulo, Quinta-feira, 16 de Setembro de 1999
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Funcionário ficou ferido, diz diretor

da Reportagem Local

Segundo o diretor da Febem Imigrantes, Lucimar da Silva Souza, 19 funcionários do complexo ficaram feridos na rebelião do último fim-de-semana.
"Isso ninguém mostrou até agora", disse. Do total, seis funcionários ainda estão afastados do trabalho.
Quatro deles, feridos mais gravemente, receberam licenças por acidente de trabalho, um enfartou durante a rebelião e outro está afastado por estar abalado psicologicamente.
O monitor J.P.P., 36, que trabalha há seis anos na Febem e pediu para não ser identificado, esteve ontem no complexo para apresentar atestados médicos que justificam a licença.
O monitor, que trabalha na ala B, estava com o tórax enfaixado. Ele teve traumatismos nas costelas após ser agredido com pontapés nas costas e na cabeça.
"Quando a ala se rebelou, os menores vieram para cima, em direção à porta de entrada, munidos de paus e cabos de vassoura", afirma J., que diz não ter visto armas de fogo ou facas nas mãos dos menores. J. foi ferido no início da rebelião.
O monitor coordena uma atividade de reciclagem de lixo na ala, que gera dinheiro para a compra de brinquedos didáticos, como jogos de dama. Ele afirma que trata cordialmente os menores e não vê motivo especial para a agressão.
"Eu jogo bola com eles, mas, no desespero da fuga, eles não vêem quem está na frente e ignoram qualquer boa relação que a gente possa ter com eles", disse.
Segundo o monitor, um colega que foi ferido com uma paulada na cabeça é um dos monitores mais queridos pelos adolescentes.


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