DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil identificou o homem que teria organizado a entrevista de dois supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) feita pelo repórter Wagner Maffezoli. A reportagem foi transmitida no "Domingo Legal", de Gugu Liberato, no dia 7 de setembro.
Trata-se de Hamilton Tadeu dos Santos, conhecido como Barney, que já teria prestado serviço ao programa, atuando em pegadinhas. A informação foi confirmada pela assessoria do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado).
Para organizar a entrevista, Barney teria recebido R$ 500, segundo a Folha apurou. A polícia ainda não o localizou.
Ontem, estava marcado o depoimento do cinegrafista Erli, que teria filmado a entrevista. Porém, ele não apareceu. O delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, responsável pelo caso, deverá agendar outro dia para ouvi-lo.
Na entrevista, os supostos integrantes do PCC ameaçam de morte apresentadores de TV e até o vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo. O Ministério Público e a polícia suspeitam que foi uma farsa. Um dos indícios é o jeito de falar dos entrevistados, cuja linguagem "não é de bandido", como disse o procurador-geral de Justiça, Luiz Antônio Marrey.
Além disso, o perito criminal Ricardo Molina, da Unicamp, apontou que a voz que aparece no áudio da fita é semelhante à de um funcionário de Gugu.
Na sexta-feira passada, o repórter confirmou a veracidade da entrevista e disse ao delegado que não poderia revelar suas fontes. Nesta semana, deverão ser ouvidos também Maurício Nunes e Wagner Casagrande, diretores do SBT. O depoimento de Gugu Liberato só acontecerá, segundo o Deic, se houver algum indício de que ele sabia da suposta irregularidade e, mesmo assim, decidiu exibir a entrevista.
A assessoria do SBT informou ontem que a emissora não se pronunciará sobre o assunto.


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