DA FOLHA RIBEIRÃO

Um preso paraplégico, que precisa de ajuda até para virar o corpo, passou dois dias em uma cela de cadeia comum. O caso ocorreu nesta semana com Emerson Aparecido Pereira, 29.
Condenado a quatro anos e oito meses em regime fechado, ele ficou em uma maca na cadeia de Franca. Ontem, por decisão judicial, votou para casa, de ambulância.
Após um pedido do diretor interino da prisão, Luiz Carlos de Almeida, a Justiça autorizou a saída do deficiente da unidade para sua casa, onde vai aguardar uma vaga em um hospital penitenciário.
Pereira, também conhecido como Eterno, é acusado de ter cometido lesão corporal seguida de morte em 2001. Há dois anos, ele foi baleado e ficou paraplégico.
Segundo Almeida, a cadeia não tem condições físicas nem pessoal para receber um preso que necessita de cuidados especiais. "Precisava trocar as fraldas, virar o corpo dele de duas em duas horas, e não há ninguém aqui preparado para isso."
Nos dois dias em que ficou detido, ele ocupou uma cela "adaptada" para que fosse atendido da melhor maneira possível, segundo o diretor.
"Os detentos também não são muito solidários e não iam aceitar um tratamento tão diferenciado para ele [Pereira]. Ia ter briga", disse.
O promotor Joaquim Rodrigues de Rezende Neto disse que uma perícia médica será realizada para avaliar se ele tem condições de cumprir a pena em um presídio comum.


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