São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007

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Mulher escreve cartas e não quer corpo do marido

DA REPORTAGEM LOCAL

Lili é exceção. Ela não quer o corpo do marido, Andrei Mello, 42. Nem fazer velório nem enterro. Ela quer ficar com a imagem do marido vivo na memória. "O Andrei era tão generoso que até do funeral me poupou", diz. "E sei que ele não gostaria desse ritual porque tinha horror a velório. Ele não gostaria de ser lembrado como um pedaço de corpo. Na minha lembrança, estará sempre inteiro."
A chef Eliane Mello, 40, casada com Andrei há 15, afirma que já sabia que ele não seria identificado porque gostava sempre de viajar na parte da frente do avião. "Se dependesse de mim, os trabalhos acabariam logo. Assim, as vítimas poderiam descansar em paz."
Desde o acidente, Lili escreve todos os dias cartas para Andrei. "Ainda não me vejo sozinha, preciso dividir minha vida com ele e guardo tudo o que escrevo", conta. "É uma forma de nos comunicarmos e, pode parecer estranho, mas o Andrei me responde com sinais dele."


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