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Trânsito é álibi para curiosos
da Reportagem Local
A queda do monomotor na marginal Tietê atraiu centenas de curiosos para o local. Alguns, com a
desculpa de fugir do trânsito, pararam veículos no canteiro entre a
pista local (livre) e a expressa (interditada) para ver o avião e o trabalho dos bombeiros e da CET.
Foi o caso do empresário Sérgio
Fortes, 40, que parou sua moto no
local ontem à tarde.
"Estava muito carregado o trânsito na marginal e parei. Aproveitei para olhar e, caso fosse necessário, dar uma força no resgate."
Já o ambulante Fernando Carvalho da Silva, 26, aproveitou para
faturar com seu carrinho de suco
de laranja.
"Soube do acidente na minha
casa, em São Miguel Paulista. Eu ia
para o aeroporto de Cumbica
(Guarulhos), mas sabia que a marginal ia estar parada e fui aproveitar", disse Silva, que chegou ao local do acidente às 15h30, meia hora
depois da queda do avião.
A estratégia deu certo. Silva, que
normalmente vende apenas suco,
serviu também cervejas e refrigerantes. Resultado: faturou R$ 50,
quase o dobro dos R$ 30 que costuma vender por dia.
"Não é todo o dia que a gente
tem uma oportunidade dessas. Tinha de aproveitar."'
Ao mesmo tempo que teve gente
que foi de longe para ver o acidente, quem estava perto do local onde caiu o avião não se importou
com o fato.
Foi o caso do servente de obra José de Lima, 30, que trabalha nas
obras da "piscininha" da Casa
Verde (obra de contenção de enchentes).
"Soube depois que o avião passou baixinho, mas eu estava de
costas para o local onde ele caiu e
ainda por cima não ouvi nada, de
tão concentrado que estava no trabalho."
Quem não gostou nada do acidente foi o motoboy Osvaldo Alves, 23, que machucou o pé esquerdo ao cair da moto após ser
fechado por um motorista, que ao
perceber o trânsito parado em virtude do acidente, fez uma conversão sem dar sinal.
(MARCELO OLIVEIRA)
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