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PERIGO NO AR 2
Segundo a Aeronáutica, emergências são 'absoluta exceção'
Mais de 500 aviões voam sobre a Grande SP por dia
ROGERIO SCHLEGEL
da Reportagem Local
Mais de 500 aviões sobrevoam a
cabeça dos moradores da Grande
São Paulo a cada dia, segundo a Infraero (empresa federal que administra aeroportos). Considerando
que aterrissam e voltam a decolar,
há mais de mil viagens diárias de
avião sobre a região.
O aeroporto de maior movimento é o de Congonhas (zona sudoeste da capital), que tem perto de 450
poucos e decolagens diariamente
-a maior marca nacional. Esses
movimentos envolvem 225 aviões.
No Aeroporto Internacional de
Cumbica, em Guarulhos, perto de
200 aviões pousam diariamente.
Cumbica recebe menor número de
aviões, mas, por serem maiores,
transportam mais passageiros do
que os que partem de Congonhas.
Do Campo de Marte (zona norte
da capital), decolam cerca de cem
aviões por dia -e perto de 125 helicópteros.
No espaço aéreo da Grande São
Paulo ainda passam aeronaves
com destino a Santos e Campinas e
mais 11 aeroclubes e 62 heliportos.
"Tecnicamente, não há problema em haver aeroportos dentro
das cidades. Isso ocorre em todos
os grandes centro urbanos do
mundo", afirma o coronel-aviador Juan Vergara, chefe do Serviço
Regional de Aviação Civil que cobre a Grande São Paulo.
"Acidentes e emergências são
exatamente isso: acidentes e emergências. Acontecem, mas são absoluta exceção dentro dos padrões
seguros em que opera a aviação."
A média mundial de acidentes
-não necessariamente com vítimas- é de 1,4 caso para cada 1 milhão de decolagens. Pela estatística, apurada entre 85 e 94, haveria
um acidente a cada 714 mil decolagens realizadas.
Se 500 aeronaves partem por dia
da Grande São Paulo, há chance
estatística de acontecer um acidente a cada quatro anos com esses vôos. Mas não necessariamente
sobre a região.
Monomotores
Segundo dados do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos), da Aeronáutica, a maior parte dos acidentes no Brasil envolvem aviões
com um só motor.
Em 84, eles representaram 78%
das aeronaves envolvidas em desastres. Em 96, até o final de outubro, os monomotores participaram de 54% dos 81 acidentes registrados pelo Cenipa.
No país, a aviação executiva (de
aviões particulares, de empresas e
táxis aéreos) é a campeã em acidentes. De 90 até o final de outubro
do ano passado, ela respondeu por
595 (ou 60%) do total de 987 desastres registrados.
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