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PLANO DIRETOR
Sem estrutura, prefeitura apela a mutirão
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem a estrutura necessária e o
número de profissionais suficiente para traçar o perfil das diversas
regiões da cidade e buscar soluções para seus problemas, a Prefeitura de São Paulo vai organizar
mutirões de universidades, institutos de arquitetura e organizações não-governamentais para
elaborar os 31 planos diretores regionais do município.
Os projetos, versões regionalizadas do Plano Diretor, são uma
oportunidade para a comunidade
intervir de forma mais direta no
planejamento da região onde vive, definindo questões como o zoneamento e a demanda por equipamentos de educação, saúde e
áreas de lazer, e devem ser enviados ao Legislativo até o final de
abril do ano que vem.
"Essa é uma tarefa que requer a
mobilização da população e dos
atores interessados, mas requer
também um trabalho profissional", disse o secretário de Planejamento Urbano, Jorge Wilheim.
As subprefeituras terão até o dia
23 de dezembro para traçar um
perfil de suas principais necessidades, mas até agora os 31 coordenadores de planejamento, profissionais que ficarão responsáveis
pela tarefa, nem sequer foram
contratados pelo município.
Segundo Wilheim, a prefeitura
também deverá liberar verba para
a contratação de mais funcionários nas subprefeituras, além de
instituições, como a Fundação
Getúlio Vargas, para ajudar na
elaboração do plano. Tudo isso
antes de 23 de dezembro.
"As subprefeituras, de uma forma geral, não têm muitos quadros técnicos e nunca fizeram planejamento, de maneira que é necessário melhorar essa equipe.
Por isso, mobilizamos os arquitetos e todas as escolas e faculdades
de arquitetura e urbanismo para
que elas ofereçam seu trabalho."
De acordo com Wilheim, a elaboração dos planos vai ocorrer
em duas fases, a primeira, que começa na próxima semana e vai até
23 de dezembro, consiste na formulação do chamado "quadro situacional" das 31 subprefeituras.
Nessa etapa, cada unidade administrativa deverá traçar um panorama dos seus principais problemas e das necessidades locais.
Na segunda fase, que termina
em 24 de fevereiro de 2003, devem
ser elaborados os "quadros propositivos", espécies de roteiros
para solucionar os problemas
apontados anteriormente.
"Nessa fase, serão dadas as respostas locais àquilo que é o objetivo do plano regional, onde se pode melhorar o ambiente, a habitação, o que há para preservar e
quais os centros de bairro a serem
dinamizados", disse o secretário.
O mês de março, segundo Wilheim, ficará reservado para que
os 31 planos possam ser compatibilizados entre si para que sejam
entregues à Câmara.
"Esse cronograma é apertado,
nós todos sabemos disso, mas as
datas foram impostas pela lei
aprovada pela Câmara. Para cumpri-lo, devemos obedecer a três
balizas, o termo de referência, os
recursos com os quais podemos
contar e o tempo de que dispomos", disse Wilheim.
Tanto na primeira como na segunda etapa de elaboração dos
projetos estão previstas oficinas e
plenárias abertas à população.
Mas a participação da comunidade não vai se restringir às plenárias. "O cidadão não precisa esperar pela audiência pública, deve
procurar o coordenador de planejamento da subprefeitura, mandar suas sugestões e acompanhar
o processo", disse Wilheim.
Paralelamente à elaboração dos
planos regionais, a prefeitura
também deverá desenvolver a nova lei de zoneamento para a cidade, o plano de habitação e o plano
de transportes. Os três também
devem ser encaminhados à Câmara até abril de 2003.
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