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Associações de bairro já se mobilizam
DA REPORTAGEM LOCAL
Temendo que o cronograma
apertado prejudique a participação popular na elaboração dos
planos regionais, urbanistas e
membros de associações de bairro da capital já se mobilizaram na
discussão de soluções para as diversas áreas da cidade.
"Seria interessante ter um tempo maior para os planos serem
bem feitos, mas as pessoas estão
se organizando para o embate",
disse o urbanista Ari Albano.
Ele é um dos profissionais empenhados nas discussões com a
comunidade para a elaboração
dos projetos regionais. "Estou
participando das reuniões com os
movimentos e acho que a maioria
dos bairros está pronta para a discussão. Há um princípio muito
claro de que ninguém quer que o
que há de bom na região, a qualidade de vida, se perca", disse.
Segundo a arquiteta e presidente do movimento Defenda São
Paulo, Regina Monteiro, nos bairros o trabalho já começou. "Nós já
estávamos preocupados com esse
problema da falta de pessoal e da
falta de tempo e estamos fazendo
reuniões semanais há um mês para agilizar o processo."
De acordo com Regina, os subprefeitos têm ajudado na tarefa.
"Estamos oferecendo nosso trabalho voluntário, fazendo as plenárias e discutindo com a população. Em que pese que o prazo é
curto, a prefeitura está tentando
fazer a parte dela. Só temo que a
participação da sociedade seja reduzida ou fique em segundo plano", disse Regina.
Segundo ela, as discussões começaram primeiro nos bairros
mais visados pela especulação
imobiliária, aqueles localizados
em zonas estritamente residenciais. "Infelizmente, as zonas mais
preservadas são as mais procuradas para a especulação", disse.
Para a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, o processo de participação não pode ser voluntarista,
tem que ser pautado por uma
agenda construída pela prefeitura
de acordo com sua capacidade
técnica. "Abrir uma discussão para todo o tipo de problema é muito genérico. Assim não se consegue fechar um quadro muito claro do que o plano regional poderá
discutir", disse.
Segundo Raquel, a prefeitura
deveria primeiro discutir a nova
lei de zoneamento e depois partir
para os planos regionais. "É muito importante fazer essa discussão
já. Boa parte das questões tratadas
nos planos regionais vai passar
pela lei de zoneamento", disse.
Para o vereador Nabil Bonduki
(PT), que foi relator do Plano Diretor, é normal que as subprefeituras, cuja implantação na cidade
é recente, estejam carentes de infra-estrutura para tocar os planos
regionais. "A busca de apoio, seja
de universidades ou de outras forma de participação externa, é necessária, mas é importante que as
condições para o trabalho sejam
dadas pela prefeitura", disse.
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