|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Válvula aberta causou incidente
DO ENVIADO A MACAÉ (RJ)
DA SUCURSAL DO RIO
A plataforma P-34 adernou
porque os profissionais a bordo
não conseguiram, por meios eletrônicos e manuais, fechar as válvulas que regulavam a passagem
de óleo entre os tanques da embarcação.
A Folha apurou que o equipamento que regula as válvulas deixou de operar devido a uma pane
no sistema elétrico. O gerador de
emergência não funcionou. A
tentativa de fechamento manual
fracassou.
Como nenhum sistema deu certo, o óleo passou a circular livremente entre os tanques. Com o
movimento das ondas, os 11 milhões de litros se acumularam do
lado esquerdo da embarcação,
que, por causa do peso, adernou.
Dois dias antes, a P-34 havia
transferido uma carga de óleo para um navio. Após a operação, o
óleo que não foi transferido foi
reordenado para que os 17 tanques ficassem com a mesma
quantidade, o que facilita o equilíbrio da embarcação.
No dia do acidente, as 17 válvulas estavam abertas para que o
óleo fosse redistribuído entre os
tanques. Com a pane, os petroleiros que supervisionavam a operação perderam o controle sobre as
válvulas.
O diretor-gerente de Exploração e Produção da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga, disse à Folha que
a equipe que estava na plataforma
tentou, mas não conseguiu, fechar as válvulas.
Segundo ele, não houve tempo
para concluir o serviço porque a
plataforma começou a adernar
com rapidez. Preocupados com o
risco de um naufrágio, os responsáveis pela plataforma determinaram que todos deixassem a P-34.
Como o barco salva-vidas disponível para a equipe estava inacessível, por causa da inclinação,
cerca de 30 petroleiros que não tinham sido resgatados pularam
no mar e buscaram socorro.
Bloqueio
A Petrobras está dificultando o
acesso da imprensa a informações sobre o acidente. Os integrantes da cúpula da empresa não
estão falando publicamente sobre
o assunto. Todos os que falaram
até agora são diretores-gerentes,
cargo de terceiro escalão -abaixo do presidente e dos diretores.
Nenhuma entrevista coletiva foi
convocada para tirar as dúvidas
que persistem. Quase todas as informações foram dadas por meio
de notas oficiais. O presidente da
Petrobras, Francisco Gros, não falou sobre o assunto e não foi à
Macaé, onde fica a base da empresa na bacia de Campos.
Para obter uma informação que
não esteja nas notas, o procedimento recomendado pela assessoria da empresa é enviar e-mails
com as questões desejadas. Nenhum dos quatro pedidos apresentados pela Folha nos últimos
dois dias foi respondido.
Texto Anterior: Acidente: Água bombeada reduz inclinação de navio Próximo Texto: Calor: Represa perde 930 milhões de litros em 24 h Índice
|