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CONVERSA AO PÉ DO OUVIDO
Projeto tenta nova estratégia de convencimento
Ex-morador de rua busca ex-colegas para albergue
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão do prefeito José Serra
(PSDB) irá integrar ex-moradores
de rua às equipes que tentam levar para albergues pessoas que vivem nas vias da cidade.
O piloto do projeto terá a participação de 20 albergados, que trabalharão no programa de agentes
de proteção social da prefeitura.
Eles receberão bolsa de R$ 363
por mês. O contrato é de seis meses, podendo ser renovado pelo
mesmo período.
A idéia do projeto é aproveitar a
experiência dos ex-moradores de
rua para facilitar o convencimento dos que resistem em ir para os
albergues da prefeitura.
"Eles têm uma linguagem mais
acessível ao pessoal que está na
rua", afirmou o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro. Também
participam do programa as pastas
do Trabalho e das Subprefeituras.
Os 20 participantes do projeto-piloto começarão a trabalhar no
final deste mês -eles se unirão a
uma equipe que já conta com 120
agentes de convencimento.
De acordo com a prefeitura, há
hoje em São Paulo cerca de 3.000
moradores de rua.
A prefeitura mantém outros
dois programas de trabalho para
moradores de rua. Um deles formou pessoas para trabalhar no
calçamento das ruas.
No outro, feito em parceria com
a USP (Universidade de São Paulo), eles são capacitados em duas
funções, que podem ser escolhidas entre jardinagem, calçamento
ou pintura, entre outras. Todos
recebem a bolsa de R$ 363.
Polêmica
Ao mesmo que tempo que oferece treinamento a moradores de
rua, a gestão Serra vem sendo criticada devido a políticas que envolvem essa população.
Um dos pontos mais atacados
foi a construção de rampas com
piso áspero na passagem subterrânea que liga a avenida Paulista à
Doutor Arnaldo -a obra evita
que pessoas durmam no local.
O professor da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da USP
João Whitaker, por exemplo, afirmou que a gestão vem fazendo
uma "limpeza social", expulsando "a população pobre das áreas
mais ricas, do centro expandido".
Uma dessas ações ocorreu na
""cracolândia".
Serra disse que a obra foi feita
porque o local era um refúgio para criminosos, e não para expulsar os moradores de rua.
Tanto Serra quanto seu secretariado rebateram, com veemência,
que a administração venha adotando políticas higienistas, como
vem afirmando o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de
Rua, ligada à Igreja Católica.
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