São Paulo, sábado, 16 de outubro de 2010

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Desabrigados de Paraitinga já ocupam novas casas

Moradores, que perderam tudo na enchente de janeiro deste ano, já estão em moradias feitas pela CDHU

ELIDA OLIVEIRA
ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUIZ DO PARAITINGA

A dona de casa Jucilene Estevam, 29, entrou pela primeira vez na nova casa em que irá morar com o marido e dois filhos em São Luiz do Paraitinga (182 km de SP), na última quinta-feira.
Ela foi uma das desalojadas após a grande enchente de janeiro deste ano, que destruiu a cidade e afetou diretamente 1.100 pessoas, segundo a Defesa Civil local.
Jucilene faz parte de uma das 151 famílias cadastradas para receber novas casas da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) na cidade.
Das casas, 98 já estão ocupadas -tiveram prioridade as famílias que perderam tudo na enchente. As demais -como a de Jucilene- passam por acabamento e devem ser entregues em 15 dias.
A dona de casa morava havia 29 anos na Várzea dos Passarinhos, ao lado do rio Paraitinga -um dos locais mais afetados em janeiro.
Seu novo endereço -o sobrado nº 04, bloco S, do Residencial Monsenhor Tarcísio de Castro Moura- é branco, tem cinco cômodos e um banheiro. Está no alto do morro e tem vista para as montanhas e o colorido da cidade.
"Não dá para substituir a nossa casa [destruída pelas chuvas], mas estou adorando, esta é muito boa", disse.
Segundo o arquiteto Tiago Ferrari, da empresa Royal do Brasil, contratada pela CDHU, o uso de concreto e PVC em vez de tijolos e cimento agilizou a obra, que durou seis meses. O método, diz, não afeta a qualidade.
A arquiteta Lídia Donini, da CDHU, afirma que há projetos para construção de outras cem casas, mas sem prazos para início das obras.
Agora, os operários cuidam da finalização e calçamento das ruas. É o que faz José Márcio de Deus, 30, um dos 600 operários da obra e um dos poucos que teve o privilégio de encher de concreto as paredes de onde vai morar. "É a minha primeira casa própria", diz Deus.
Os moradores vão arcar com 20% da obra. O restante é subsidiado pelo Estado. Para quem recebe um salário mínimo, a parcela fica em torno de R$ 77 mensais.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, José Carlos Rodrigues, 600 pessoas que tiveram problemas com a enchente já foram realocadas, mas outras 436 ainda esperam uma solução.
São 36 desabrigados morando em pousadas e em uma casa alugada pela prefeitura, onde estão quatro famílias. Outras 400 pessoas estão desalojadas (em casas de parentes ou amigos), esperando o fim das reformas.
Apesar da entrega das casas, a cidade tem problemas. Apenas uma das três vias de acesso à cidade está livre -as outras duas estão em obras, como contenções na encosta e projetos estruturais à margem do rio, diz a diretora de obras Natália Moradei.


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