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Desabrigados de Paraitinga já ocupam novas casas
Moradores, que perderam tudo na enchente de janeiro deste ano, já estão em moradias feitas pela CDHU
ELIDA OLIVEIRA
ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUIZ DO
PARAITINGA
A dona de casa Jucilene
Estevam, 29, entrou pela primeira vez na nova casa em
que irá morar com o marido e
dois filhos em São Luiz do Paraitinga (182 km de SP), na
última quinta-feira.
Ela foi uma das desalojadas após a grande enchente
de janeiro deste ano, que destruiu a cidade e afetou diretamente 1.100 pessoas, segundo a Defesa Civil local.
Jucilene faz parte de uma
das 151 famílias cadastradas
para receber novas casas da
CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional
e Urbano) na cidade.
Das casas, 98 já estão ocupadas -tiveram prioridade
as famílias que perderam tudo na enchente. As demais
-como a de Jucilene- passam por acabamento e devem ser entregues em 15 dias.
A dona de casa morava havia 29 anos na Várzea dos
Passarinhos, ao lado do rio
Paraitinga -um dos locais
mais afetados em janeiro.
Seu novo endereço -o sobrado nº 04, bloco S, do Residencial Monsenhor Tarcísio
de Castro Moura- é branco,
tem cinco cômodos e um banheiro. Está no alto do morro
e tem vista para as montanhas e o colorido da cidade.
"Não dá para substituir a
nossa casa [destruída pelas
chuvas], mas estou adorando, esta é muito boa", disse.
Segundo o arquiteto Tiago
Ferrari, da empresa Royal do
Brasil, contratada pela
CDHU, o uso de concreto e
PVC em vez de tijolos e cimento agilizou a obra, que
durou seis meses. O método,
diz, não afeta a qualidade.
A arquiteta Lídia Donini,
da CDHU, afirma que há projetos para construção de outras cem casas, mas sem prazos para início das obras.
Agora, os operários cuidam da finalização e calçamento das ruas. É o que faz
José Márcio de Deus, 30, um
dos 600 operários da obra e
um dos poucos que teve o privilégio de encher de concreto
as paredes de onde vai morar. "É a minha primeira casa
própria", diz Deus.
Os moradores vão arcar
com 20% da obra. O restante
é subsidiado pelo Estado. Para quem recebe um salário
mínimo, a parcela fica em
torno de R$ 77 mensais.
Segundo o coordenador
da Defesa Civil, José Carlos
Rodrigues, 600 pessoas que
tiveram problemas com a enchente já foram realocadas,
mas outras 436 ainda esperam uma solução.
São 36 desabrigados morando em pousadas e em
uma casa alugada pela prefeitura, onde estão quatro famílias. Outras 400 pessoas
estão desalojadas (em casas
de parentes ou amigos), esperando o fim das reformas.
Apesar da entrega das casas, a cidade tem problemas.
Apenas uma das três vias de
acesso à cidade está livre -as
outras duas estão em obras,
como contenções na encosta
e projetos estruturais à margem do rio, diz a diretora de
obras Natália Moradei.
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