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EDUCAÇÃO
Documento, que será enviado pelo correio, vai conter dados como taxas de aprovação e abandono de alunos
Boletim vai dar "notas" para as escolas
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
Cerca de 80 mil escolas de ensino
básico do país deverão receber, em
um mês, um boletim com os principais indicadores educacionais
do estabelecimento e a comparação com os registrados no município, no Estado e no país.
É a primeira vez no país que essas informações serão retornadas
às escolas. O objetivo é induzir o
uso dos indicadores no planejamento das atividades pedagógicas.
Do boletim constarão dados como taxas de aprovação, reprovação e abandono, percentual de
professores com curso superior
completo, número médio de alunos por turma e número médio de
horas-aula por dia.
As informações vão se referir à
pré-escola, classes de alfabetização, 1ª a 4ª série, 5ª a 8ª série, total
do ensino fundamental (1º grau) e
do ensino médio (2º grau). Logo
abaixo dos dados da escola, aparecem os referentes ao município,
ao Estado e ao país.
Receberão o documento, pelo
correio, escolas públicas e privadas com mais de cem alunos.
"Vamos oferecer subsídios para
que a escola defina suas metas
procurando melhorar seus indicadores. Daí a inclusão de informações que permitem a comparação
com a média municipal, estadual e
nacional", disse Maria Helena
Guimarães de Castro, presidente
do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
Segundo Maria Helena, é importante que as escolas discutam os
dados com a comunidade, apresentado os resultados à associação
de pais e mestres, conselho escolar
ou colegiado semelhante.
Para a presidente do Inep, com
base nas informações as escolas
poderão saber se a repetência está
muito diferente da registrada em
sua cidade e no país e estabelecer
ações que permitam um melhor
desempenho pedagógico.
A média de aprovação registrada
no ensino fundamental no país em
96, por exemplo, foi de 73%. Os
dados das escolas vão se referir a
esse mesmo ano. Se estiverem
muito abaixo, é um indicativo de
mudanças a serem adotadas.
"A escola não é uma ilha que se
esgota nela mesma. Com os dados,
ela reflete o que ela é e como está.
Ela precisa saber os indicadores
locais e nacionais e ter no diretor
uma liderança que articule a busca
da melhoria", disse.
A questão da informação da escola sobre indicadores de ensino
foi levantada no Seminário Internacional de Indicadores Educacionais, que acontece em Brasília.
Na abertura, o ministro Paulo
Renato Souza (Educação) disse
que, por muito tempo, o Brasil escondeu seus indicadores educacionais porque tinha vergonha da
comparação com os outros países.
Essa situação mudou, segundo
ele, a partir da reformulação do
Inep (que produz os dados).
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