São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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EDUCAÇÃO
Documento, que será enviado pelo correio, vai conter dados como taxas de aprovação e abandono de alunos
Boletim vai dar "notas" para as escolas

BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília

Cerca de 80 mil escolas de ensino básico do país deverão receber, em um mês, um boletim com os principais indicadores educacionais do estabelecimento e a comparação com os registrados no município, no Estado e no país.
É a primeira vez no país que essas informações serão retornadas às escolas. O objetivo é induzir o uso dos indicadores no planejamento das atividades pedagógicas.
Do boletim constarão dados como taxas de aprovação, reprovação e abandono, percentual de professores com curso superior completo, número médio de alunos por turma e número médio de horas-aula por dia.
As informações vão se referir à pré-escola, classes de alfabetização, 1ª a 4ª série, 5ª a 8ª série, total do ensino fundamental (1º grau) e do ensino médio (2º grau). Logo abaixo dos dados da escola, aparecem os referentes ao município, ao Estado e ao país.
Receberão o documento, pelo correio, escolas públicas e privadas com mais de cem alunos.
"Vamos oferecer subsídios para que a escola defina suas metas procurando melhorar seus indicadores. Daí a inclusão de informações que permitem a comparação com a média municipal, estadual e nacional", disse Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
Segundo Maria Helena, é importante que as escolas discutam os dados com a comunidade, apresentado os resultados à associação de pais e mestres, conselho escolar ou colegiado semelhante.
Para a presidente do Inep, com base nas informações as escolas poderão saber se a repetência está muito diferente da registrada em sua cidade e no país e estabelecer ações que permitam um melhor desempenho pedagógico.
A média de aprovação registrada no ensino fundamental no país em 96, por exemplo, foi de 73%. Os dados das escolas vão se referir a esse mesmo ano. Se estiverem muito abaixo, é um indicativo de mudanças a serem adotadas.
"A escola não é uma ilha que se esgota nela mesma. Com os dados, ela reflete o que ela é e como está. Ela precisa saber os indicadores locais e nacionais e ter no diretor uma liderança que articule a busca da melhoria", disse.
A questão da informação da escola sobre indicadores de ensino foi levantada no Seminário Internacional de Indicadores Educacionais, que acontece em Brasília.
Na abertura, o ministro Paulo Renato Souza (Educação) disse que, por muito tempo, o Brasil escondeu seus indicadores educacionais porque tinha vergonha da comparação com os outros países.
Essa situação mudou, segundo ele, a partir da reformulação do Inep (que produz os dados).



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