São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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Hospital universitário discute saída para crise

da Sucursal do Rio

Diretores dos hospitais universitários do Rio participam hoje de reunião, na sede da Fenam (Federação Nacional dos Médicos), no centro, para discutir saídas para a crise financeira que essas instituições atravessam.
A redução das verbas para o financiamento desses hospitais, pelo governo federal, levou a Fenam a lançar, na semana passada, o movimento SOS Hospital Universitário.
Segundo o diretor da Fenam Jorge Darze, "a situação é muito grave" e, se não ocorrer uma mudança, haverá uma grave crise na área de atendimento da população e de aperfeiçoamento dos profissionais universitários.
A situação atual mais grave é a do Hospital-Escola São Francisco de Assis, no centro, que pertence à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e atende pessoas soropositivas e pacientes que precisam de fisioterapia.
Segundo a diretora da unidade, Sonia Regina Carvalhal Gomes, o prejuízo acumulado em dois meses chega a R$ 250 mil. Por causa do déficit, os 80 leitos para internação de pacientes com problemas decorrentes da Aids já tiveram de ser reduzidos para 37.
Se a situação não mudar, Gomes disse que em novembro terá de reduzir em mais de 50% os cerca de 20 mil exames mensais e o atendimento ambulatorial diário de 35 pacientes soropositivos.
A partir de pressões do movimento SOS Hospital Universitário, o diretor do Hospital Clementino Fraga Filho (da UFRJ), Silvio Martins, acredita que pelo menos o governo encontrará "soluções pontuais" para o problema.
O diretor do Hospital Pedro Ernesto (da Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Francisco Barbosa, disse que, se a situação não mudar, há o risco de a instituição não ter mais medicamentos em dois meses.
Segundo ele, o hospital já acumula dívida de R$ 1,3 milhão. Se o corte de verbas persistir, Barbosa diz que os "procedimentos mais caros" do hospital terão que ser reduzidos. As cerca de 80 cirurgias cardíacas mensais serão reduzidas à metade. Segundo Darze, diretores de hospitais universitários de São Paulo e de Minas deverão comparecer à reunião de hoje.



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