São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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Rio desvia PMs para proteger consulado

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

Temendo atentados terroristas, as autoridades dos EUA no Brasil pediram à Secretaria de Estado da Segurança Pública que passasse a policiar a área ao redor do consulado norte-americano no Rio.
Por ordem da secretaria, a Polícia Militar destacou 57 homens para a proteção da sede do consulado, no centro.
Esse deslocamento de policiais tem fragilizado a segurança em outros pontos do centro, tumultuado o trânsito e prejudicado a passagem de pessoas que passam pelas calçadas próximas.
Os PMs trabalham dia e noite na vigilância do consulado. Oito deles ficam fixos em três carros da corporação parados junto às calçadas da representação.
Oito carros da PM -com um total de 45 homens- circulam pela região do consulado. Mais quatro policiais participam da segurança, em quatro motos. Para atender ao consulado, a secretaria acionou o 5º BPM (Batalhão de Polícia Militar), no centro.
Nos fins-de-semana e durante as madrugadas, o quarteirão do consulado é interditado ao trânsito pela PM, o que tem causado engarrafamentos. As calçadas ficam cercadas por cavaletes, o que impede a passagem de pedestres.
O pedido de reforço ocorreu após os atentados contra as embaixadas dos EUA na Tanzânia e no Quênia, em 7 de agosto, que deixaram pelo menos 257 mortos e cerca de 5.000 feridos.
Antes dos atentados, a PM não mantinha patrulhamento fixo no consulado. Os carros da corporação se limitavam a passar pela frente da representação diplomática norte-americana no Rio.
O 5º BPM tem 684 homens. Cerca de 150 deles trabalham em serviços internos. Os demais vão para as ruas. A equipe deslocada para o consulado representa 10,6% do efetivo externo do batalhão.
Segundo o coronel Pedro Patrício Filho, comandante do 5º BPM, o policiamento se manterá por tempo indeterminado.
"Já penso em remanejar esse efetivo, para aplicá-lo de forma mais racional. Mas, por enquanto, ele ainda é necessário", afirmou.
O 5º BPM tem 35 carros e 12 motos. No proteção ao consulado, são empregados 11 carros e quatro motos, o que representa 31,9% dos veículos do batalhão.
Os crimes mais comuns no centro são furtos e assaltos. O comandante disse que não aumentou a criminalidade após o deslocamento do efetivo para o consulado. Ele não apresentou números sobre os crimes na área.



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