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São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2003

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Carnaval do 4º Centenário foi "capoeira forte"

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Meio século depois, "Seu" Nenê ainda recorda do Carnaval que comemorou o 4º Centenário da cidade, em 54. Não foi uma festa bem-sucedida. A comissão do 4º Centenário contratou duas empresas para organizar a passagem de 11 carros alegóricos pelas principais avenidas da cidade. Acabou não dando muito certo e, logo depois do Carnaval, o então prefeito Jânio Quadros "convidou" o presidente da comissão, "Ciccillo" Matarazzo Sobrinho, a demitir-se.
Os jornais daquele ano narram que o cortejo demorou horas para aparecer na avenida São João, lotada de foliões. Quando apareceu o primeiro carro, as vaias irromperam, aos gritos de "quebra, quebra".
"O Carnaval do 4º centenário foi bom, mas foi uma capoeira forte", lembra Nenê. "Prometeram muita coisa e, na hora, nada. Político é mais mentiroso que o capeta! Agora, a prefeita diz que vai dar ajuda para as escolas. Não acredito."
Segundo Nenê, o desfile dos 400 anos teve início na rua Direita e seguiu até o Ibirapuera, percurso que ele sonha ver repetido nos 450 anos, em fevereiro. Os jornais daquele período dão conta de um trajeto inverso: saindo do Ibirapuera em direção ao largo do Paissandu.
Além da má organização do desfile e das falhas no policiamento, os jornais também criticavam os "preços absurdos" dos produtos usados no "tríduo momesco", entre eles o do hoje banido lança-perfume.
Muitos clubes tinham seus tradicionais bailes de máscaras. No baile dos cronistas carnavalescos do Teatro Colombo eram escolhidos os sambas e as marchinhas do ano.
Havia ainda a pudica Festa do Confete, na qual não eram permitidos "trajes masculinos para senhoras e senhoritas".


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