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entrevista
Aéreas também causam atrasos, afirma Botelho
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao
Vôo, Jorge Botelho, disse,
em entrevista à Folha, que
muitos atrasos de vôos decorrem da decisão das empresas de postergar a partida a fim de voar na altitude e nas rotas mais econômicas.
FOLHA - O sr. esteve com o
ministro Waldir Pires (Defesa).
O que ficou acertado?
JORGE BOTELHO - Ele me
mostrou minuta de portaria interministerial para a
formação de grupo de trabalho com representantes
do governo e trabalhadores que terá 60 dias para
fazer um estudo e apresentar uma proposta.
FOLHA - A proposta seria a
desmilitarização do controle
de vôo?
BOTELHO - Na verdade não
colocamos que é desmilitarização. Queremos uma
reestruturação do setor
que dê uma nova filosofia
de tráfego aéreo, com um
gerenciamento dentro de
uma ótica de transparência no que é uma prestação
de serviço.
FOLHA - Qual a responsabilidade das companhias na crise?
BOTELHO - Muitas vezes o
cancelamento dos vôos é
por motivos operacionais
das companhias. Às vezes,
o nível [altitude] que a aeronave pediu para voar
não está disponível porque tem outra no mesmo.
O piloto faz as contas e vê
que no nível que tem ele
vai gastar muito combustível. Às vezes, prefere esperar os 30 minutos que
vão demorar para liberar o
nível que ele quer voar.
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