São Paulo, sexta-feira, 16 de novembro de 2007

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Baleia em rios é evento raro, mas não improvável

CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA

Embora seja rara, a invasão de rios por baleias não é um evento improvável. Só no ano passado, por exemplo, uma baleia-piloto chegou ao coração de Londres subindo a correnteza do rio Tâmisa, cartão-postal da cidade, onde morreu algumas semanas depois por falta de alimento.
Em maio, duas baleias jubarte passaram duas semanas subindo o rio Sacramento, no Estado americano da Califórnia, a partir da cidade de San Francisco.
"Já houve alguns casos em estuários, mas não tenho informação sobre eventos em rios da Amazônia", disse o biólogo Marcos César Santos, especialista em cetáceos da Unesp de Rio Claro.
Ele afirma que baleias e golfinhos lidam bem com a diferença de salinidade entre oceanos e rios. "O problema se concentra é na alimentação", afirma Santos.
Baleias com dentes, por exemplo, não saberiam capturar peixes e camarões de rio e provavelmente gastariam energia demais caçando em um ambiente ao qual não estão acostumadas.
No entanto, as chamadas baleias-verdadeiras, como a minke, poderiam sobreviver meses em um rio sem comida, porque passam o verão se alimentando na Antártida.
"Esse animal [do Tapajós] provavelmente chegou lá com uma boa reserva de alimento", diz Santos. O risco, neste caso, é a baleia não conhecer o ambiente e encalhar -como ocorreu no Pará.


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