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Baleia em rios é evento raro, mas não improvável
CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA
Embora seja rara, a invasão de rios por baleias não é
um evento improvável. Só no
ano passado, por exemplo,
uma baleia-piloto chegou ao
coração de Londres subindo
a correnteza do rio Tâmisa,
cartão-postal da cidade, onde morreu algumas semanas
depois por falta de alimento.
Em maio, duas baleias jubarte passaram duas semanas subindo o rio Sacramento, no Estado americano da
Califórnia, a partir da cidade
de San Francisco.
"Já houve alguns casos em
estuários, mas não tenho informação sobre eventos em
rios da Amazônia", disse o
biólogo Marcos César Santos, especialista em cetáceos
da Unesp de Rio Claro.
Ele afirma que baleias e
golfinhos lidam bem com a
diferença de salinidade entre
oceanos e rios. "O problema
se concentra é na alimentação", afirma Santos.
Baleias com dentes, por
exemplo, não saberiam capturar peixes e camarões de
rio e provavelmente gastariam energia demais caçando em um ambiente ao qual
não estão acostumadas.
No entanto, as chamadas
baleias-verdadeiras, como a
minke, poderiam sobreviver
meses em um rio sem comida, porque passam o verão se
alimentando na Antártida.
"Esse animal [do Tapajós]
provavelmente chegou lá
com uma boa reserva de alimento", diz Santos. O risco,
neste caso, é a baleia não conhecer o ambiente e encalhar -como ocorreu no Pará.
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