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Bebê anencéfala completa 1 ano na próxima terça-feira
JULIANA COISSI
ENVIADA ESPECIAL A PATROCÍNIO PAULISTA
Perto de completar um ano,
na próxima terça, Marcela de
Jesus Galante Ferreira é um
bebê gordinho que ouve, sorri,
reage à luz, senta-se normalmente, emite sons -"gú", "dá",
"mã"- e tenta ficar em pé. Mas
a menina está longe de ser um
bebê normal.
A pediatra Márcia Beani, que
a acompanha desde o nascimento, afirma que a menina é
anencéfala devido à ausência
total de cérebro, que foi confirmada por exame de ressonância magnética feito na última
terça-feira. Especialistas em
neurologia, no entanto, questionam o diagnóstico de anencefalia devido às atividades do
bebê, embora não tenham examinado a criança. Por outro lado, grupos religiosos usam o caso de Marcela como símbolo
anti-aborto, já que a Justiça
permite a prática quando é
diagnosticada a anencefalia.
Normalmente, bebês nesse
estado morrem poucas horas
após nascer. A lavradora Cacilda Galante Ferreira, sabia
disso, mas manteve a gravidez.
Segundo a pediatra, a ressonância magnética mostrou que
Marcela tem todo o conduto
auditivo formado e perfeito.
Apesar de toda a polêmica
envolvendo a bebê, a pediatra
reafirma que o caso de Marcela
é comprovadamente uma
anencefalia. "Marcela é anencéfala. O diagnóstico nunca
mudou", ressalta.
Acima do peso
A evolução de Marcela surpreende médicos e a família.
No início, a bebê teve três resfriados, convulsão e febre e
chegou a receber uma transfusão para combater a anemia.
Hoje, está "gorda": pesa em torno de 12 kg, acima do esperado
para um bebê de sua idade.
"Olha só as dobrinhas do braço, ó o meu barrigão", brinca
Cacilda, com a filha sentada na
cama. A todo momento a menina se mexe e ergue o corpo para
ficar em pé.
Por causa do sobrepeso, a
médica diminuiu a quantidade
de leite e papinha de legumes
batida, introduzidos por uma
sonda. Mas parte da papinha é
dada na colher. Desde que teve
alta do hospital, em abril, a família tenta fazer com que Marcela leve uma vida normal. Hoje, depende cada vez menos do
capacete de oxigênio: fica até 12
horas fora do aparelho.
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