São Paulo, segunda, 16 de novembro de 1998

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MISTÉRIO
Jovem suspeito de matar 4 pessoas num período de 6 meses está preso
Polícia investiga mortes em série na mesma família

EDMILSON ZANETTI
em São José do Rio Preto

A polícia de Mirandópolis, no interior paulista, investiga as mortes, em circunstâncias misteriosas, de quatro pessoas de uma mesma família, ocorridas em uma mesma casa seguidamente.
Todas morreram num período de seis meses, aparentemente de forma natural. As três últimas mortes ocorreram em pouco mais de duas semanas. A última, na sexta-feira passada. Um morador da casa -parente das vítimas- está preso como principal suspeito.
Todas as mortes aconteceram na casa onde moravam cinco pessoas da família, no centro de Mirandópolis (605 km a noroeste de SP).
Moravam na casa, sobreloja da empresa de móveis da família Crevelaro, o casal José Carlos Crevelaro, 51, e Maria Terezinha dos Santos Crevelaro, 52, uma filha excepcional, Adelaide Crevelaro, a sogra do comerciante, Lúcia Adelaide dos Santos, e o sobrinho Vitor Alexandre Ferreira dos Santos, 21, que se mudou para lá na adolescência.
A primeira morte, em 5 de maio, já chamou a atenção da polícia. A sogra morreu de morte natural, segundo o atestado de óbito. Mas "sinais estranhos" no corpo chamaram a atenção do delegado Natanael Pinheiro da Silva, 38.
Segundo ele, as unhas da vítima escondiam tecido de roupa. Marcas no nariz, boca e garganta sugeriam que ela teria sido sufocada.
No dia 28 de outubro, o comerciante José Carlos Crevelaro foi encontrado morto no escritório da loja, pouco depois de ter passado uma ligação telefônica para a mulher, na parte superior do prédio. Um médico da família atestou parada cardiorrespiratória. A polícia não foi informada da morte.
O corpo de sua mulher, Maria Terezinha, foi encontrado no banheiro pela cunhada Maria Crevelaro Meirelles 11 dias depois.
A mãe de Vitor, Marli Ferreira dos Santos, 50, que mora em São Paulo, foi ao velório da irmã e ficou para a missa de sétimo dia. Um dia antes da missa, foi encontrada morta na casa.
O delegado diz que Vitor é um dos investigados. A Agência Folha apurou que ele está preso. A informação foi confirmada pelo comerciante Floriano Meirelles, 52, cunhado de José Carlos.
O delegado diz que vai ouvir os familiares a partir de amanhã.



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