São Paulo, segunda, 16 de novembro de 1998

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Sequestrador de Diniz quer acordo cumprido

MALU GASPAR
da Reportagem Local

Os dez sequestradores do empresário Abílio Diniz recebem hoje visita de uma comissão de deputados e representantes de entidades de defesa de direitos humanos.
Durante a visita, eles apresentarão um documento em que dizem estar insatisfeitos com o não-cumprimento do acordo firmado com o Poder Judiciário em abril, quando fizeram uma greve de fome de 16 dias.
O acordo, proposto pelo juiz das Execuções Criminais de São Paulo, Otávio Augusto Machado de Barros Filho, e pelo secretário estadual da Administração Penitenciária, João Benedicto de Azevedo Marques, previa a reavaliação dos processos dos sequestradores e a concessão do regime semi-aberto aos que já tivessem esse direito.
O acordo foi mediado por D. Paulo Evaristo Arns, então cardeal-arcebispo de São Paulo. Dos dez sequestradores, apenas um é brasileiro. Cinco são chilenos, dois, argentinos, e dois, canadenses. Eles estão presos há nove anos, condenados a penas que variam de 26 a 28 anos de prisão.
Em 1989, eles mantiveram o empresário Abílio Diniz, dono do grupo Pão de Açúcar, em cativeiro por uma semana.
Até agora, apenas o processo do argentino Humberto Paz foi reavaliado. Mas o pedido de progressão da pena para o regime semi-aberto -em que o preso só dorme na prisão- foi negado. Pela lei brasileira, o semi-aberto pode ser concedido a um preso desde que ele tenha cumprido um sexto da pena, bom comportamento e emprego garantido. Por ser estrangeiro, Paz não teria emprego fixo.



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