São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2000
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SAÚDE Fórum de secretários municipais de Saúde oferecem prêmios aos municípios cujos esforços deram resultados expressivos Projetos de cidades de MG são destaque AURELIANO BIANCARELLI DA REPORTAGEM LOCAL Quatro municípios de Minas Gerais e dois de São Paulo estão entre os dez premiados por se destacarem no desenvolvimento de projetos na área da saúde. A escolha foi feita pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e a premiação acontece hoje durante a 11ª Conferência Nacional de Saúde. O encontro foi aberto na noite de ontem em Brasília e termina na terça-feira. O tema deste ano é a implantação do Serviço Único de Saúde e a melhora do controle social, do acesso e da qualidade dos serviços. Participam 2.500 delegados. A conferência acontece a cada quatro anos e define as principais linhas de condução da saúde para os próximos anos. A humanização é questão prioritária, pois em muitas regiões onde o acesso já foi ampliado e os serviços melhoraram de nível, o tratamento dos pacientes pelos profissionais ainda é crítico. O controle social também é fundamental, pois a determinação das prioridades e a fiscalização das ações deverão ser feitas pela própria comunidade. Na abertura de ontem à noite estava prevista a presença do ministro José Serra e duas homenagens principais: a primeira, póstuma, ao médico sanitarista Davi Capistrano Filho, ex-prefeito de Santos e escolhido como patrono por seu empenho na implantação do SUS; a segunda, ao trabalho da Pastoral da Criança da CNBB. O nome de Zilda Arns, representando a pastoral, estará sendo lançado oficialmente como candidata ao Prêmio Nobel da Paz. Minas foi o Estado que teve mais municípios premiados, quatro no total. A cidade de Perdões foi reconhecida pelo seu movimento de reforma psiquiátrica, instalando Ambulatórios Humanizados de Saúde Mental. O município de Ibiá reduziu em 43% o número de internações de clínica médica e pediátrica no único hospital local com o Programa Saúde da Família. Belo Horizonte foi premiada pelo projeto de Assistência a Crianças Asmáticas realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais. Entre 96 e 99, o programa reduziu em 30% as internações e reinternações por doenças respiratórias em menores de cinco anos de idade. Contagem, também em Minas, reformou a Assistência Farmacêutica, garantindo todos os medicamentos e criando estratégias de adesão ao tratamento de pacientes crônicos. Em São Paulo, Santos foi premiada pelo projeto "Eu me amo, eu te amo", de prevenção ao uso de drogas. Trata-se de um serviço com plantão de atendimento, acompanhamento ambulatorial e oficinas ocupacionais. São Bernardo do Campo foi reconhecida pelo Projeto Canguru, que faz acompanhamento de recém-nascidos, e a implantação da Casa da Gestante. No Sul, a única cidade premiada foi Rio do Sul, em Santa Catarina, pelo Programa Saúde Bucal. Num universo de 10 mil crianças entre 3 e 12 anos, o programa conseguiu reduzir o índice de CPO-d (número de dentes cariados, perdidos ou restaurados) de uma média de 6,8 para 1,26. Jaguaribe, no Ceará, desenvolveu em fevereiro deste ano um software para utilização integrada das bases de dados sobre saúde. A medida melhorou a notificação das doenças e contribuiu para a organização e gestão dos serviços. A cidade de Sorriso, em Mato Grosso, foi premiada pelo Programa de Saúde da Família, que já atende 900 famílias carentes. Iracema, em Roraima, ganhou pelo Projeto Cidadão, que diminuiu em 97,05% o índice de analfabetismo entre as crianças em idade e escolar. E reduziu em 80% a incidência de doenças sexualmente transmissíveis. Também serão premiadas com menções honrosas as cidades de Palmeira dos Índios, em Alagoas, Lagoa Santa (MG), Caixas do Sul (RS), Vitória da Conquista (BA) e Palmas (TO). Texto Anterior: De volta: Batoré articulou fuga de dentro da Febem Próximo Texto: Unimed deve normalizar serviços Índice |
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