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VERÃO
Em uma modalidade, treino ocorre em meio a mangueiras de incêndio e cones de trânsito, simulando uma situação de emergência
Academias inovam em cursos para "atletas de verão"
PALOMA COTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Nada das tradicionais musculação e aulas de ginástica localizada.
Com a chegada do verão, e um aumento de quase 30% no movimento, as academias de ginástica
paulistanas oferecem novidades
para atender até os gostos mais
excêntricos.
Em tempos de culto ao heroísmo dos bombeiros, é possível se
exercitar na modalidade "fire
fighters" -na qual alunos se
exercitam com cordas, mangueiras de incêndio e cones de trânsito
simulando situações de emergência e de salvamento.
A promessa de queima de 400
calorias em uma sessão de 30 minutos é o principal atrativo da
modalidade "jump fit", conhecida como "ginástica do canguru",
em que os exercícios são realizados em uma cama elástica.
Algumas academias chegam a
oferecer até 12 modalidades a serem praticadas somente na piscina. É o caso da Runner, que, entre
outros exemplos, dá aulas de hidrobol -exercícios de hidroginástica com bola- e de Watsu,
uma técnica de terapia oriental
feita na água, que mistura alongamento e massagem.
Além das "novas ginásticas", as
academias também oferecem pacotes atrativos no verão, reduzindo o preço das mensalidades e
montando planos especiais que
permitem pagamentos parcelados em até 12 vezes.
Equipamentos
De acordo com o supervisor da
academia Competition, Paulo
Henrique Silva, as novidades em
academias estão atreladas ao lançamento de novos equipamentos
de fitness.
"Quando surge um novo equipamento no mercado, nós tentamos adaptá-lo à realidade da academia, criando novas aulas."
Silva afirma que as novidades,
trazidas da Europa e dos Estados
Unidos, são uma forma de quebrar a rotina das academias.
"Mexemos com o aspecto lúdico das modalidades. As aulas especiais nada mais são do que aulas convencionais em um ambiente diferenciado, que todos os
alunos podem frequentar."
Um exemplo: a Competition
criou o "step night club", aula em
que a sala se transforma numa
grande pista de dança, com direito a luzes coloridas e a um DJ no
comando do som, que varia entre
techno, house e flashblack.
Riscos
O "aluno de verão", que procura
a academia para obter resultados
e "formas" a curto prazo, corre alguns riscos. Quem faz o alerta é o
médico Turíbio Leite de Barros
Neto, chefe do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
"O modismo, para um aluno
iniciante, não funciona. Ele tem
de começar no óbvio, que é a caminhada, o alongamento e 40 minutos de exercício aeróbico ou localizado por dia. Um investimento brusco somente na estética acaba sendo prejudicial à saúde, pois
o aluno faz uma grande carga de
exercícios, às vezes com pesos,
não atinge o resultado esperado e
ainda se machuca."
Segundo o médico, a curto prazo, uma sobrecarga de ginástica
pode causar tendinites e problemas na coluna e nas articulações,
além do chamado "efeito rebote",
para quem pára no meio do caminho. Ou seja, a pessoa acaba recuperando, em pouco tempo, todo o
peso que perdeu e ainda ganha
mais alguns quilos.
O programa ideal, de acordo
com Barros Neto, consiste em
uma adaptação mínima de dois
meses, em que a pessoa alterne
um dia de exercício aeróbico com
um de ginástica localizada.
A nutricionista da Unifesp Anita Sachs também afirma que não
adianta buscar só no exercício o
"corpinho ideal". Uma dieta balanceada, que misture carboidratos, proteínas e gordura é essencial para quem está começando a
fazer ginástica.
"Se a pessoa quiser emagrecer
fazendo muito exercício e restringindo a alimentação, ela poderá
ter problemas de saúde, como dores de cabeça, náuseas e até mesmo uma gastrite", diz.
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