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Anvisa discute restrição a remédio para emagrecer
Proposta da agência prevê que haja maior controle sobre prescrição médica
O Brasil é apontado por organismos internacionais como o maior consumidor deste tipo de medicamento, e o uso vem crescendo
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) colocou nesta semana em consulta
pública uma proposta de resolução com o objetivo de aumentar o controle sobre a prescrição e a venda de medicamentos
para emagrecer.
Chamados de anorexígenos,
esses remédios estão entre os
que registraram maior aumento de consumo nos últimos
anos.
Por isso o Brasil é apontado
por organismos internacionais
como o maior consumidor deste tipo de produto.
O texto divulgado pela Anvisa prevê que esses medicamentos só poderão ser prescritos
pelos médicos por meio da chamada "receita amarela".
Esse tipo de formulário de
receita é impresso pelas Vigilâncias Sanitárias e enviado aos
médicos. São usados, por exemplo, para remédios com tarja
preta ou os destinados a pacientes com epilepsia.
Atualmente, os medicamentos para emagrecer podem ser
prescritos em receitas impressas a pedido do próprio médico.
Notificação
Outra medida proposta é a
criação de um sistema integrado entre farmácias, drogarias e
Vigilâncias Sanitárias para notificação on-line.
Ou seja, os órgãos de fiscalização seriam informados mais
rapidamente pelos estabelecimentos de venda sobre a comercialização de remédios para emagrecer.
A proposta de resolução proíbe também a prescrição e a preparação de fórmulas de dois ou
mais medicamentos que contenham substâncias para emagrecer (anorexígenas) associadas a ansiolíticos (tranqüilizantes), diuréticos, laxantes e hormônios.
Pesquisa divulgada no mês
passado pelo Cebrid (Centro
Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) e pela Secretaria Nacional Antidrogas mostrou que 3,2% da população já utilizou remédios para
emagrecer. Corresponde a 1,6
milhão de brasileiros. Em 2001,
o índice era de 1,5%.
O uso é maior entre mulheres, chegando a 4,5%. Quando
se analisa por faixa etária, são
as mulheres de 25 a 34 anos que
mais consomem remédios para
emagrecer -5,6% já fizeram
uso.
A pesquisa ouviu 7.939 pessoas em 108 cidades com mais
de 200 mil habitantes entre
agosto e dezembro de 2005.
Prazos
A proposta de resolução da
Anvisa ficará em consulta pública por 60 dias.
Depois disso, a agência analisará as sugestões feitas ao texto
e fará uma audiência pública
para finalizar a medida.
Não há prazo definido para o
processo terminar. Só após publicada no "Diário Oficial" da
União é que a resolução entra
em vigor.
NA INTERNET - Consultas e sugestões
www.anvisa.gov.br/divulga/consulta/index.htm.
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