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Infraero quer evitar restrição em Congonhas
Representante de estatal argumentará com o prefeito Kassab que decisão irá comprometer as operações do aeroporto
Empresas aéreas também se mobilizam e alegam que não existem outros aeroportos para atender a Grande São Paulo
Lalo de Almeida - 27.nov.2009/Folha Imagem
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Saguão principal de Congonhas, que terá o horário de funcionamento reduzido caso decisão de conselho municipal seja mantida
DA REPORTAGEM LOCAL
A Infraero (estatal que administra os aeroportos) vai tentar
discutir hoje a decisão do conselho ambiental de São Paulo,
de restringir o horário de funcionamento do aeroporto de
Congonhas, com o prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Um representante da estatal
federal, segundo a assessoria de
imprensa, tentará se reunir
com o prefeito em busca de
uma solução para o caso. Até
ontem à noite, a reunião não
havia sido confirmada pela assessoria de Kassab.
A tentativa de alterar as condições de licenciamento do aeroporto vai ocorrer porque, segundo a estatal, duas horas a
menos durante a semana comprometeriam demais as operações de Congonhas.
A argumentação da Infraero
vai esbarrar no posicionamento do secretário do Verde e do
Meio Ambiente, Eduardo Jorge, que articulou pela aprovação das exigências feitas.
O secretário está em Copenhague, na conferência mundial sobre o clima, e não poderia dar entrevista ontem, segundo sua assessoria.
Anac
A Infraero também irá argumentar que cabe à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)
determinar em que horário um
aeroporto pode operar. A agência, porém, informou ontem
não ter recebido nenhum documento sobre o licenciamento
de Congonhas.
Outro lobby contrário à redução das operações em Congonhas será deflagrado pelas
entidades de companhias aéreas nos próximos dias.
As companhias vão tentar reverter as novas restrições em
Congonhas, já que não existem
outros aeroportos para atender
a Grande São Paulo. Viracopos,
em Campinas (SP), também
não comporta mais pousos e
decolagens, por falta de infraestrutura aeroportuária.
A análise é de Ronaldo Jenkins, diretor do Snea (sindicato
que reúne as companhias aéreas). "Fica claro que existe aí
um problema técnico e político.
Estão querendo deixar a cidade
sem transporte aéreo", diz.
Jenkins afirmou que a medida vai contra planos da própria
Prefeitura de São Paulo de facilitar a expansão de Congonhas.
"E ainda falam em ampliar
Congonhas", diz.
Jenkins se refere ao novo
projeto de ampliação de Congonhas apresentado em novembro pelo Ministério da Defesa, com o aumento da pista
auxiliar para um tamanho próximo do da pista principal.
O plano difere de outro, defendido pela Prefeitura de São
Paulo no ano passado, baseado
na desapropriação de cerca de
2.000 imóveis às margens do
aeroporto. Pelo plano da prefeitura, uma área de até 500 m
em frente à cabeceira da pista
dará lugar à ampliação das faixas e a uma área de escape, para
dar mais segurança ao aeroporto. É nessa região que ocorrerão as remoções.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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