São Paulo, quarta, 16 de dezembro de 1998

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ACIDENTE
Vítimas estavam no Litoral Plaza Shopping, inaugurado ontem em Praia Grande (SP)
12 são feridos em abertura de shopping

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Praia Grande

Doze pessoas sofreram queimaduras de primeiro e segundo graus devido a um princípio de incêndio na cozinha de um restaurante do Litoral Plaza Shopping, inaugurado ontem em Praia Grande (82 km ao sul de São Paulo).
Com 140 mil metros quadrados (o equivalente a quase duas vezes a área do estádio do Maracanã), o shopping é o maior de todo o litoral paulista.
O fogo aconteceu por volta de 9h30, quando funcionários do shopping tentavam abastecer com gás os fogões do restaurante Plaza Express Grill, de 130 lugares.
Como seria utilizada pela primeira vez, a tubulação que liga a central de gás (situada na parte externa) ao restaurante continha apenas ar em seu interior, o que não permitia que o gás chegasse de imediato aos fogões. Ao ser acionado o mecanismo, o ar começou a ser expulso da tubulação, "empurrado" pelo gás que entrava.
À espera do gás, funcionários do restaurante que se encontravam na cozinha faziam testes com isqueiros a fim de verificar se já era possível acender os fogões.
Em uma dessas tentativas, o fogo supostamente atingiu um bolsão de gás e se alastrou pela cozinha. O incêndio durou alguns segundos, e não chegou a afetar os objetos ou as paredes da cozinha. Os "sprinklers" (aspersores de água) presos ao teto foram automaticamente acionados com o fogo e ajudaram a debelar as chamas.
A principal suspeita é de que, antes do fogo, o ar que saía das tubulações já estava trazendo gás misturado, embora os funcionários afirmem não ter sentido odor.
Mais pesado que o ar, o gás teria se depositado junto ao chão, motivo pelo qual a maioria das vítimas sofreu queimaduras nas pernas.
O delegado titular do 1º DP de Praia Grande, Carlos Topfer Schneider, disse ontem que abrirá inquérito para apurar as responsabilidades pelo acidente.
Segundo ele, os principais elementos do inquérito serão um laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, que realizou uma perícia no local, e depoimentos de vítimas, técnicos e testemunhas.
"Aparentemente, foi um incidente motivado por falha humana, e não falha técnica", afirmou o delegado. A hipótese é a mesma sustentada pelo administrador de obras do restaurante, Roberto Lemos. "Foi uma falha humana."



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