São Paulo, Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2000


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ACIDENTE
Incêndio no Mercadão de Madureira, que gerava 20 mil empregos, deixou 200 famílias desalojadas
Fogo destrói mercado de 650 lojas no Rio

DANIELA PIZZOLATO
free lance para a Folha

O Mercadão de Madureira, o maior mercado popular dos subúrbios do Rio, com 8.000 metros quadrados, foi destruído por um incêndio que começou às 19h40 de sábado e foi controlado somente na tarde de ontem. Ainda não se sabe a causa do incêndio. Não houve mortos nem feridos.
A Defesa Civil do Rio calcula que 90% das 650 lojas do complexo tiveram perda total. Foi o terceiro e pior incêndio no mesmo local nos dois últimos anos.
Segundo a Associação Comercial do Grande Mercado de Madureira, cerca de 20 mil pessoas, entre empregos diretos e indiretos, viviam do mercado.
De acordo com o presidente da Associação Comercial do bairro, Cícero Sydroneo, o mercado é responsável por um terço da arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de Madureira, que gira em torno de R$ 65 milhões por mês. Ele estima a circulação diária no mercadão em 80 mil pessoas.
Dois prédios e casas vizinhas foram evacuados. Suas estruturas estão comprometidas por causa do desabamento de parte do mercadão. Cerca de 200 famílias estão desalojadas.
Pelo menos três casas de uma vila terão que ser demolidas, segundo o coordenador da Defesa Civil, coronel Jorge Lopes, porque suas paredes desabaram.
No final do dia, a Defesa Civil confirmou a interdição do prédio com 32 apartamentos localizado na rua Edgard Romero, ao lado do mercado, e está aguardando o parecer dos engenheiros técnicos sobre a situação da estrutura do prédio de 80 apartamentos que fica em cima do mercadão.
Os moradores têm autorização da Defesa Civil para subir um por vez aos apartamentos para pegar objetos. Segundo o coronel, serão providenciados abrigos para os que não tiverem para onde ir.
A ONG (Organização Não-Governamental) Fala, Bicho! esteve no local recolhendo animais sobreviventes, principalmente cabritos. Ainda não se sabe o número de animais mortos, mas estima-se que havia cerca de mil bichos presos nas lojas, principalmente nas que fornecem para ritos de umbanda e candomblé.
Em visita ao local, o prefeito Luiz Paulo Conde se comprometeu com a recuperação do prédio e anunciou a reinauguração do mercadão para maio ou junho. A princípio, ele pretende reconstruir o prédio em parceria com as associações comerciais.
Conde disse ainda que solicitará à Caixa Econômica Federal linha de crédito especial para os comerciantes reporem suas mercadorias e reiniciarem seus negócios. A operação de combate ao fogo contou com cerca de 200 homens da Defesa Civil e dos bombeiros.


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