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São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

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CLIMA

O aeroporto de Congonhas fechou por quase uma hora; em Osasco, o rio Tietê transbordou e inundou o bairro Rochedale

São Paulo tem alagamentos e falta de luz

Patrícia Santos/Folha Imagem
Carro atingido por árvore na rua Antônio de Gouveia Giudice, no Alto de Pinheiros (zona oeste de SP)


DA REPORTAGEM LOCAL

Trinta alagamentos registrados pelo Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo. Mais de 25 quedas de árvores confirmadas pela Defesa Civil do município. Trechos de ao menos oito bairros sem luz por cerca de quatro horas, segundo a Eletropaulo. Aeroporto de Congonhas fechado por quase uma hora, com 15 vôos atrasados. Esse foi o saldo das fortes chuvas que atingiram a cidade na tarde de ontem.
O temporal começou por volta das 13h e atingiu principalmente a região oeste da Grande São Paulo. Bairros de Osasco, Carapicuíba, Barueri e Santana de Parnaíba ficaram sem luz e tiveram pontos de alagamento registrados.
Em São Paulo, quedas de árvores romperam trechos da rede elétrica, provocando falta de energia, e também bloquearam algumas ruas, mas não houve impacto no trânsito. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a rua Ribeirão Claro, na Vila Olímpia (zona sul), ficou totalmente interditada por volta das 17h.
De acordo com o órgão, às 19h30 foram registrados 66 km de lentidão na cidade, índice considerado normal para o mês.
No Alto de Pinheiros (zona oeste), houve chuva de granizo e três árvores caíram em uma única avenida, a Antonio Gouveia Giudice. Na altura do nš 1.000, um carro foi praticamente destruído por uma árvore.
"Virou pastel", disse a doméstica Viviane de Jesus, 23.
As raízes chegaram a levantar parte da calçada, mas, segundo a Defesa Civil, não houve vítimas.
"As árvores daqui são grandes e antigas, a prefeitura poderia dar uma olhada", disse a doméstica Maria de Fátima Costa, 43, que trabalha há três anos em uma casa na avenida. "A chuva foi bem forte e ventou bastante, nunca tinha visto isso por aqui."
O córrego do Ipiranga (zona sul) transbordou e inundou as principais vias da região, como a avenida Abraão de Morais.
Na avenida Doutor Gastão Vidigal, na Vila Leopoldina (zona oeste), a Defesa Civil registrou um desabamento de teto, sem feridos. O vento derrubou árvores robustas no canteiro central da avenida, provocando confusão no trânsito. A queda de um outdoor de um posto de gasolina atingiu os fios da rede elétrica, provocando o desligamento de semáforos.

Aeroporto
O Aeroporto de Congonhas permaneceu fechado para pouso das 13h30 às 14h23. De acordo com a Infraero, 15 vôos atrasaram de 5 a 45 minutos e alguns deles foram desviados para os aeroportos de Cumbica (Guarulhos) e Viracopos (Campinas).
Segundo a Eletropaulo, a chuva provocou corte do fornecimento de energia elétrica em pontos do Alto da Lapa, Jaguaré, Butantã, Pinheiros, Santo Amaro, Brooklin Paulista, Vila Leopoldina e Jardim Eleonor. A empresa informou que a energia foi restabelecida nesses bairros por volta das 18h30. No entanto, às 20h ainda faltava luz em ruas de alguns bairros da cidade.

Osasco
Em Osasco, cidade mais atingida da Grande São Paulo, a Defesa Civil do município registrou mais de cem quedas de árvores. Na zona norte da cidade, área mais prejudicada, o rio Tietê transbordou e inundou o bairro Rochedale.
Segundo a Prefeitura de Osasco, cerca de 350 funcionários foram designados para ajudar na limpeza nas regiões atingidas.
Cerca de 300 moradores do Jardim Piratininga (zona norte) interditaram uma avenida ao queimar móveis e outros objetos em protesto contra as enchentes. De acordo com a Polícia Militar, a manifestação foi controlada por volta das 18h30.
"É um descaso total, sempre que chove a água traz lama para nosso quintal", disse a professora Maria Aparecida Sanches, 46, do bairro de Quitaúna (zona sul).
Na avenida Presidente Médici, uma árvore caiu sobre um automóvel e feriu o motorista. Segundo a Defesa Civil de Osasco, foram apenas escoriações e a vítima passava bem.


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