|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Se o teto do IPTU não for aprovado, 246,7 mil imóveis podem ter aumentos superiores a 20%, diz a prefeitura
Sem quórum, Câmara faz sessão de 5 minutos
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Fracassou ontem a primeira
tentativa da Câmara Municipal de
São Paulo de realizar sessão extraordinária para avaliar um pacote de projetos considerados
prioritários pela gestão Marta Suplicy (PT), entre eles o que prevê a
criação de tetos para o reajuste do
IPTU que será cobrado neste ano.
Só 22 dos 55 vereadores registraram presença -o mínimo exigido era de 28. Sem quórum, a
sessão durou cinco minutos.
Uma das razões foi que parte
dos parlamentares está viajando,
pois o Legislativo ficaria em recesso até o próximo dia 3. Ontem,
nem o líder do governo na Câmara, José Mentor (PT), foi à sessão.
A convocação extraordinária foi
feita pela prefeita.
Apesar de o aumento no IPTU
ter sido aprovado em 2002, só no
último dia 13 o governo enviou ao
Legislativo projeto propondo a
criação de teto de 20% no aumento para residências e de 25% para
os demais imóveis da cidade.
A proposta surgiu depois de o
secretário João Sayad (Finanças)
ter descartado, em audiência pública para discutir o primeiro projeto de IPTU, a necessidade de
adotar tetos em 2003, como havia
ocorrido no ano passado.
"A eliminação dos tetos (...) foi
analisada com muito cuidado pelo Departamento de Rendas Imobiliárias, levando em conta seu
impacto. Impacto que observamos ser pequeno", disse ele em 20
de dezembro, sete dias antes de o
projeto sem os tetos ser aprovado,
como divulgou ontem a Folha.
A declaração, contudo, foi seguida de outras do próprio Sayad,
da prefeita e até do secretário Rui
Falcão (Governo). O resultado:
apesar de todos pertencerem à
mesma administração, já há três
versões do governo para explicar
a razão de o IPTU ter sido aprovado sem os limites de reajuste (veja
quadro nesta página).
Anteontem, pela primeira vez, o
governo divulgou o que de fato
pode acontecer se o projeto da
própria administração não for
modificado: 246,7 mil imóveis podem ter aumentos superiores a
20%. Em alguns casos, como o de
3.105 do 1,57 milhão de imóveis,
os reajustes podem superar 100%.
E 1.796 imóveis podem ter aumentos acima de 200%, diz a prefeitura. Para os demais, o reajuste
vai de 7% a 100%.
O governo tem pressa para limitar esses índices, pois precisa iniciar a remessa de carnês aos contribuintes no próximo dia 3, segundo o cronograma já divulgado. Por isso houve a convocação
extraordinária da Câmara.
Pelos prazos do regimento interno da Câmara para a votação
de projetos como o do IPTU, a
aprovação dos tetos pode se arrastar pelo menos até o dia 27.
Hoje ocorrerá a primeira audiência pública para discutir a
proposta. A próxima sessão só foi
convocada para segunda-feira,
quando o projeto do IPTU poderá
ser votado em primeira discussão.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Agenda cheia: Ministra Marina Silva visita Marta Índice
|