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FEBEM
Fundação afastou 65 funcionários por maus-tratos e outros 34 por suspeita de permitir motim em Franco da Rocha
Servidores são suspeitos de facilitar rebelião
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Febem (Fundação Estadual
do Bem-Estar do Menor) afastou
ontem 34 funcionários do complexo de Franco da Rocha (Grande São Paulo) por suspeita de facilitar rebeliões e mais 65, de várias
unidades, denunciados pelo Ministério Público por maus-tratos e
tortura de adolescentes internos.
Essa foi a medida mais dura do
novo presidente da Febem de São
Paulo, Sérgio Oliveira e Costa, que
enfrentou quatro rebeliões nas
unidades 30 e 31 do complexo de
Franco da Rocha desde que assumiu o cargo, no último dia 9.
O Ministério Público vê a medida com desconfiança. "É preciso
saber como será esse afastamento. Em casos anteriores, os monitores afastados da unidade 30 só
foram deslocados para a 31, e vice-versa", afirmou o promotor da
Infância e Juventude Wilson Tafner. O sindicato dos funcionários
afirma que a denúncia de facilitação de rebelião é infundada.
Os primeiros 34 funcionários
afastados estavam de plantão na
unidade 31 de Franco da Rocha
no último domingo, quando
ocorreu uma rebelião. Segundo a
assessoria da Febem, foram encontrados indícios de facilitação
do tumulto pelos funcionários.
A fundação confirma que existem contradições nos relatos dos
monitores, mas informou que os
detalhes só serão divulgados no final da sindicância aberta para
apurar o motivo das rebeliões.
Conselheiros tutelares (representantes da sociedade civil responsáveis por fiscalizar a aplicação do Estatuto da Criança e do
Adolescente) que estavam no
complexo Franco da Rocha anteontem, durante a rebelião na
unidade 31, confirmaram ontem,
em reunião com o presidente da
Febem, os indícios de facilitação
de rebelião por funcionários.
"Os internos falam que os funcionários abrem portas, incitam à
revolta e até dão isqueiro para os
menores queimarem os colchões", disse a conselheira tutelar
Marina de Lourdes de Onofre.
Segundo Ariel de Castro Alves,
da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP (Ordem dos Advogados do Brasil), o objetivo é
evitar que a ação de alguns funcionários seja fiscalizada.
Dos 65 funcionários afastados
por suspeita de maus-tratos, 27
estavam em Franco da Rocha, segundo a Promotoria. Existe outro
grupo que foi denunciado, mas
não trabalha mais na fundação.
Os funcionários afastados, segundo a Febem, vão fazer serviço
burocrático na sede da fundação.
Ontem, a unidade 30 teve um
novo tumulto. Segundo a Febem,
o conflito durou 30 minutos e foi
motivado pela reivindicação do
aumento do horário de visita, o
que teria sido consentido.
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