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SEGURANÇA SOB AMEAÇA
Fuga de
Marcola foi frustrada por escutas telefônicas
Relatório aponta
que líder do PCC
encomendou fuga
DA REPORTAGEM LOCAL
Relatório da Polícia Civil afirma
que o preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder
máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital), determinou
uma operação para resgatá-lo do
complexo penitenciário de Presidente Bernardes (589 km de SP).
O relatório foi enviado ao Ministério Público, que deve pedir hoje
à Justiça a transferência de Marcola e de outros líderes da facção
criminosa ao RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).
A tentativa de resgate foi frustrada pela polícia na semana passada. O relatório do Deic (Departamento de Investigações sobre o
Crime Organizado) aponta escutas telefônicas que teriam flagrado conversas entre presos do PCC
e integrantes da facção do lado de
fora das cadeias antes e depois da
tentativa frustrada de resgate.
Nas conversas, membros do
PCC dariam indícios de que a ordem da ação partiu de Marcola e
que ele e outros líderes seriam o
alvo do resgate. Celas da Penitenciária 1 de Presidente Bernardes
-que fica ao lado do Centro de
Readaptação Penitenciária, que
adota o RDD, regime com normas mais rígidas- tiveram grades serradas para facilitar a fuga.
Marcola e Júlio César Guedes de
Moraes, o Julinho Carambola
-outro integrante da cúpula- ,
estavam em uma dessas celas.
A Promotoria da Vara de Execuções da Capital deve pedir hoje
à Justiça que Marcola e outros líderes sejam transferidos para o
RDD. Nesse regime, os presos ficam em celas individuais, só têm
direito a uma hora de banho de
sol por dia e não têm acesso a televisão, jornais ou revistas.
Apenas nota
Ontem, o secretário da Secretaria da Segurança Pública de São
Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, não quis falar sobre a investigação e não autorizou que nenhum policial comentasse o caso.
A secretaria apenas divulgou
uma nota com sete linhas em que
afirma que "a ação foi encomendada por detentos liderados pelo
preso Marcos Willians Herbas
Camacho, o Marcola". E concluiu:
"As providências quanto aos presos devem ser tomadas pela SAP
[Secretaria da Administração Penitenciária]".
O relatório da polícia foi enviado para a SAP, que não se pronunciou a respeito. Segundo a assessoria, o secretário Nagashi Furukawa só iria falar depois de analisar os documentos.
A polícia paulista acredita que a
possibilidade de Marcola ser
transferido para o RDD fez integrantes da facção iniciarem vários
atentados contra policiais e prédios públicos. O governo só admite a relação de três ações -que
mataram um PM e feriram outros
dois, na semana passada.
No final de semana, uma base
da Guarda Civil de Guarulhos
(Grande SP) foi atingidas por tiros, mas não houve feridos. Em
Cotia (também na Grande SP),
guardas-civis foram atacados durante um patrulhamento. Uma
guarda teve o olho esquerdo atingido por estilhaços da janela do
carro quebrado pelos tiros. Também nesses casos, a secretaria nega relação com ações comandadas pelo PCC.
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