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Advogados defendem júri popular
DA REPORTAGEM LOCAL
A absolvição do coronel Ubiratan Guimarães, após desembargadores considerarem que houve
contradição entre as respostas do
júri popular e a condenação dele
em 2001, reativou um velho debate no meio jurídico: é adequado
manter leigos no Tribunal do Júri?
Cinco advogados criminalistas
disseram à Folha ser a favor do
atual sistema, sob o argumento de
que os leigos trazem mais democracia às decisões. Um juiz aposentado disse ser contra.
Para Ademar Gomes, da Associação dos Advogados Criminalistas de São Paulo, o lado emocional presente na decisão dos leigos
é tão importante quanto a tecnicidade dos juízes togados.
"Vi um caso de um estudante de
medicina preso com 16 pastilhas
de ecstasy. Ele é usuário da droga,
mas a juíza entendeu que ele traficava, pois deu uma pastilha à namorada. Faltou bom senso à juíza.
Talvez a decisão de um júri popular fosse mais razoável", diz.
Para Luiz Flávio Borges D'Urso,
presidente da OAB paulista, a presença de leigos é importante porque eles decidem com a consciência. "Mas é preciso simplificar o
sistema. Se o réu for culpado, é o
juiz quem deveria analisar os
agravantes, e não os leigos."
O juiz aposentado Walter Maierovitch, ex-secretário nacional
Antidrogas, diz que o Tribunal do
Júri deveria ser formado por leigos e juízes togados, como na Itália. "Só com leigos aumenta a probabilidade de haver impunidade e
a violação de direitos humanos."
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