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PM sabia da invasão desde sexta passada
RAPHAEL GOMIDE
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A Subsecretaria de Inteligência
da Secretaria de Segurança sabia
desde a sexta-feira passada de planos de invasão da Rocinha antes
do Carnaval, mas nem a Secretaria da Segurança Pública, que comanda as polícias, nem a Polícia
Civil, à qual cabe a tarefa de investigação, receberam a informação.
Apenas a Polícia Militar foi avisada, "por telefone, em informe
nada circunstanciado, de que
quadrilhas rivais tramavam a invasão" à favela, afirmou o comandante da PM, Hudson de Aguiar,
de acordo com a assessoria de comunicação da secretaria.
Na opinião de Aguiar, a PM
atuou corretamente, reforçando o
"anel em torno da Rocinha", cercando as principais vias de acesso.
Segundo o comandante, demonstração disso é o fato de os bandidos só terem entrado na favela pela mata, no alto do morro.
A operação, porém, não deu
certo, já que não evitou a investida dos traficantes, resultando na
morte de seis pessoas. "Os dados
não foram com muita substância", afirmou o relações-públicas
da PM, tenente-coronel Aristeu
Leonardo. A corporação não informou ontem o número de PMs
que teriam sido deslocados para o
local até a quinta-feira nem quantos estão participando da ação.
O secretário de Segurança, Marcelo Itagiba, concedeu entrevistas
apenas para emissoras de TV e rádio. Alegando compromissos,
não recebeu a Folha, que permaneceu das 12h às 18h na sede da
secretaria. À televisão, Itagiba
afirmou que a invasão "não poderia ter sido evitada, porque foi de
dentro da comunidade, com
apoio de dentro".
"Ninguém invade sem apoio de
dentro da comunidade, com estrutura interna. A polícia se fez
presente, rechaçou parte dos bandidos, que entraram pela mata.
Não há como evitar", disse.
Falando de números positivos
da secretaria, como apreensão de
armas e prisões, Itagiba disse que
segurança pública "tem início,
meio, mas não tem fim". Ele prometeu dar nova força ao projeto
de um Batalhão da Polícia Militar
na Rocinha "o quanto antes".
De acordo com a polícia, o sumiço, nas últimas duas semanas,
de sete supostos informantes do
CV infiltrados na Rocinha apressou o ataque. Eles possivelmente
foram assassinados. O revés teria
levado o CV a fazer a invasão.
Atingida pelo ataque, ADA já
prepara o troco ao Comando Vermelho, acredita a polícia, que agora teme uma nova guerra entre os
traficantes.
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