São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 2007

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MAIORIDADE PENAL

Estado também tem culpa por infratores, diz Lula

FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ontem a se opor à redução da maioridade penal. Em discurso contra a medida, ele disse que, se aprovada a diminuição para 16 anos, ""amanhã estarão pedindo para 15 [anos], depois para 9, depois para 10. Quem sabe algum dia queiram punir até o feto, se já soubermos o que vai acontecer no futuro".
A cerimônia era a inauguração de uma unidade de atendimento por telefone da Atento, da Telefônica, em São Paulo, que deve empregar 6.000 pessoas, a maior parte jovens.
O mote foi usado por Lula para comentar a morte de João Hélio, 6, na semana passada, no Rio.
""Fico imaginando milhões e milhões de jovens da idade de vocês e que por razão qualquer não tiveram o bom encaminhamento de vida que vocês tiveram. Não por culpa dos próprios jovens, mas, quem sabe, por culpa de erros cometidos pelo Estado brasileiro ao longo da sua história", afirmou.
Lula classificou a morte do menino que foi arrastado de ""barbaridade" -entre os criminosos havia um menor de 18 anos. Afirmou, porém, que o Estado não pode ""agir emocionalmente". ""A gente fica imaginando se a gente tivesse naquele lugar e pudesse fazer alguma coisa. O que faria? Certamente faríamos quase a mesma barbaridade que ele fez com aquela criança."


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