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MAIORIDADE PENAL
Estado também tem culpa por infratores, diz Lula
FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ontem a se opor à redução da
maioridade penal. Em discurso contra a medida, ele
disse que, se aprovada a diminuição para 16 anos,
""amanhã estarão pedindo
para 15 [anos], depois para
9, depois para 10. Quem
sabe algum dia queiram
punir até o feto, se já soubermos o que vai acontecer no futuro".
A cerimônia era a inauguração de uma unidade
de atendimento por telefone da Atento, da Telefônica, em São Paulo, que
deve empregar 6.000 pessoas, a maior parte jovens.
O mote foi usado por
Lula para comentar a morte de João Hélio, 6, na semana passada, no Rio.
""Fico imaginando milhões e milhões de jovens
da idade de vocês e que por
razão qualquer não tiveram o bom encaminhamento de vida que vocês
tiveram. Não por culpa dos
próprios jovens, mas,
quem sabe, por culpa de
erros cometidos pelo Estado brasileiro ao longo da
sua história", afirmou.
Lula classificou a morte
do menino que foi arrastado de ""barbaridade" -entre os criminosos havia
um menor de 18 anos. Afirmou, porém, que o Estado
não pode ""agir emocionalmente". ""A gente fica imaginando se a gente tivesse
naquele lugar e pudesse
fazer alguma coisa. O que
faria? Certamente faríamos quase a mesma barbaridade que ele fez com
aquela criança."
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