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'Vai prejudicar vítima de estupro'
da Agência Folha, em Londrina
A socióloga Dora Barnabé, 48,
titular da Secretaria Especial da
Mulher de Londrina (PR), disse
acreditar que o fim do sigilo de
Justiça para pedidos de autorização de aborto iria prejudicar
"principalmente as mulheres vítimas de estupro".
Segundo ela, qualquer organização tem o direito de manifestar
sua filosofia, seja religiosa ou não,
"mas o fim do segredo teria consequências não só para a decisão
sobre o aborto em si, mas no respeito à individualidade de cada
um". Números do Centro de
Atendimento à Mulher, órgão da
Secretaria Especial da Mulher,
mostram que no ano passado nenhum caso de estupro foi denunciado em Londrina.
"Esse medo de denunciar já é
grande. Imagine com o fim do segredo para casos de gravidez provocada por estupro."
O caso da jovem de 25 anos estuprada no final de dezembro só
chegou à secretaria após a comprovação de sua gravidez. "Se não
houvesse a gravidez, o estupro não
seria notificado", afirmou.
Em 1997, o centro registrou três
denúncias de tentativa de estupro,
dois de sedução (quando houve o
convencimento da vítima), três
casos de atentado violento ao pudor contra mulheres e dois casos
de assédio sexual.
Nos cinco anos de existência da
Secretaria Especial da Mulher em
Londrina, apenas três casos de pedido de autorização para interrupção da gravidez foram julgados no
município.
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