São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2000


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Waldyr Arruda diz estar "magoado"

SÉRGIO TORRES
da Sucursal do Rio

O corregedor da Polícia Civil, Waldyr Arruda, demitido ontem à tarde por determinação do governador Anthony Garotinho(PDT), disse estar "extremamente magoado".
"Tenho 36 anos de polícia e ficha limpa", afirmou Arruda. Ele anunciou que vai entrar hoje com uma interpelação judicial contra o coordenador de Segurança e Cidadania, Luiz Eduardo Soares, que na véspera comparou-o a uma "raposa tomando conta do galinheiro". Se Soares confirmar a declaração, Arruda vai processá-lo por danos morais.
O corregedor, de 63 anos, estava no cargo há menos de três meses e atribuiu sua demissão ao fato de estar "incomodando alguém". Ele já havia exercido o cargo de corregedor da Polícia Civil do Estado durante seis meses, em 1995.
O policial disse também que "o tempo é o senhor da razão" e que a sua prioridade, agora, é "ir pra casa e entrar com a aposentadoria". Ele garantiu que recebeu a solidariedade do secretário de Segurança, o coronel da PM Josias Quintal, que, ao demiti-lo, teria alegado estar apenas cumprindo ordens de Garotinho.
O presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Rio de Janeiro), Wladimir Reale, se solidarizou com Arruda. Reale enviou mensagem ao governador Garotinho pedindo o afastamento imediato de Luiz Eduardo Soares.
Reale sugeriu também um processo disciplinar contra o coordenador de Segurança, que chamou de "irresponsável e desleal". "Soares quer ocupar o lugar de Quintal e ser candidato a vice-prefeito do Rio na chapa (da vice-governadora) Benedita", disse o delegado.

Comissão
O procurador-geral de Justiça do Rio, José Muiños Piñero -que ontem se reuniu com Garotinho, Quintal e Soares- anunciou a criação de uma comissão com dois promotores, dois delegados e dois oficiais da Polícia Militar, para apurar em 60 dias as denúncias contra policiais. A comissão será presidida pelo secretário Quintal.


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