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OUTRO LADO
Chefe da polícia vai entrar com interpelação
SÉRGIO TORRES
da Sucursal do Rio
O chefe de Polícia Civil do
Rio, Rafik Louzada, anunciou
ontem à noite que vai entrar
hoje, em nome da instituição,
com uma interpelação judicial
contra o coordenador de Segurança e Cidadania do Estado,
Luiz Eduardo Soares.
Se Soares confirmar suas declarações contra a polícia, será
processado por danos morais,
disse Louzada. Ele ameaçou
pedir demissão do cargo, caso
se sinta desprestigiado pelo governo. Para ele, não ser consultado sobre o novo corregedor é
um sinal de desprestígio.
O chefe da Polícia Civil considerou a demissão de Waldyr
Arruda uma forma de desprestigia-lo. Louzada defendeu a
permanência dos delegados
Marcos Reimão e Márcio Azevedo, que entregaram seus cargos em solidariedade a Arruda.
Waldyr Arruda disse estar
"extremamente magoado"
com sua demissão. "Tenho 36
anos de polícia e ficha limpa."
Ele também vai interpelar judicialmente o coordenador de
Segurança, que na véspera
comparou-o a uma "raposa tomando conta do galinheiro".
No cargo há menos de três
meses, Arruda atribuiu sua demissão ao fato de "estar incomodando alguém".
Ele garantiu que recebeu a
solidariedade do secretário de
Segurança, Josias Quintal, que,
ao demiti-lo, teria alegado estar
apenas cumprindo ordens do
governador Garotinho.
Ontem à noite, Quintal afirmou que não consultará Luiz
Eduardo sobre a nomeação do
novo corregedor. "Luiz Eduardo é meu subordinado", disse.
O presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Rio de Janeiro), Wladimir Reale, se solidarizou com
Arruda. Reale enviou mensagem a Garotinho pedindo o
afastamento imediato de Luiz
Eduardo Soares.
Reale sugeriu também um
processo disciplinar contra o
coordenador de Segurança,
que chamou de "irresponsável
e desleal". "Soares quer ocupar
o lugar de Quintal e ser candidato a vice-prefeito do Rio na
chapa da (vice-governadora)
Benedita", disse o delegado.
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