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São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2003

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FERTILIDADE

Iniciativa é inédita no país

Plano de saúde pagará reprodução assistida

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

A administradora de planos de saúde Mediservice começa a pagar, a partir desta semana, tratamentos de infertilidade, como a FIV (fertilização in vitro) e a ICSI, utilizada para casos graves de infertilidade masculina.
A iniciativa é inédita no país, onde 15% da população sofre de dificuldades de gravidez, e deve abrir precedente para que mais planos de saúde passem a cobrir o tratamento, que ainda não é subsidiado pelo SUS.
Duas clínicas de reprodução assistida, a do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, e a Androfert, de Campinas, já assinaram os contratos com a administradora.
A Mediservice, que só tem planos empresariais, vai pagar às clínicas R$ 5.800 por ciclo de fertilização in vitro (FIV) realizado. O custo foi calculado pela empresa de consultoria CDI, que fez uma ampla pesquisa de mercado. A maioria das clínicas de reprodução cobra em média R$ 12 mil por ciclo, segundo o estudo.
Para o médico Nelson Antunes, 46, um dos responsáveis pela unidade de reprodução do Hospital Albert Einstein, com o acordo, "foi dada a largada para o processo de democratização da reprodução assistida no país".
Segundo ele, o Brasil realiza anualmente 9.000 ciclos de reprodução assistida, mas a demanda real seria de 150 mil ciclos/ano. "A maioria da população não tem acesso ao tratamento em razão dos altos preços", afirma.
Até agora, as únicas alternativas para um casal infértil era recorrer às clínicas de reprodução privadas ou aguardar nas longas filas de espera dos hospitais públicos, que só atendem mulheres até 37 anos e cobram a medicação, em média R$ 3.000 por ciclo.
Apenas o Hospital Pérola Byngton e o HC se propõem a fazer o tratamento totalmente gratuito, mas encerraram as inscrições e estão com mais de 10 mil casais na fila de espera.
Para o médico Sandro Esteves, 35, da Androfert, ao custear o tratamento, os planos de saúde poderão, a médio prazo, ter uma economia de gastos, já que os casais inférteis passam por vários médicos e repetem desnecessariamente muitos exames.
O plano de saúde vai custear até quatro FIVs. A medicação será bancada pelo casal, que poderá comprá-la a preço de custo devido a um acordo entre a Mediservice e o laboratório Ferring.


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