São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2004

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MULHERES DE AREIA

Associação de moradores de Copacabana diz que não fez queixa

Estátuas sensuais voltam à praia

DA SUCURSAL DO RIO

As mulheres de areia de Copacabana voltarão a se exibir em poses sensuais. Após dois dias de polêmica e uma escultura destruída, o comandante do 19º BPM (Batalhão de Polícia Militar), em Copacabana, Dario Cony, voltou atrás na decisão de proibir que as estátuas na praia fossem esculpidas com partes íntimas do corpo à mostra.
Anteontem, policiais obrigaram o escultor de areia Robson da Lua, 21, a cobrir com um pano as nádegas de Paloma, nome com que batizou sua mulher de areia. Algumas esculturas mostram mulheres deitadas de costas com as pernas entreabertas.
"Cheguei hoje [ontem] de manhã e a Paloma estava destruída. Mas não me abalei e comecei a fazer a Cíntia Cristina. Não é pornografia, é um trabalho de arte", disse ele, que trabalha no mesmo ponto há 14 anos. Foi lá que ele aprendeu a arte, num curso dado pelo colombiano Alonso Gomes.
Segundo Lua, policiais do 19º BPM alegaram anteontem que moradores teriam reclamado que as obras seriam pornográficas. O comandante não atendeu aos telefonemas da Folha.
"Nunca nenhum morador ou turista se mostrou chocado. Pelo contrário, sempre elogiam", afirmou o escultor.
A presidente da Amacopa (Associação de Moradores e Amigos de Copacabana), Myrian de Pinho Barbosa, disse que a reclamação não veio de lá. Para ela, as esculturas de areia são "marca de Copacabana".
Moradora do bairro há 40 anos, Aurora Duarte, 71, diz que o comandante deveria "se preocupar em tirar de Copacabana a prostituição e o tráfico".
Outros artistas, porém, criticam Lua. Isac Couto, 31, disse que as mulheres que esculpe têm apenas os seios à mostra.


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