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AMBIENTE DEGRADADO
Foram lacradas 149 áreas irregulares de extração de diamante, mas sem prisões; qualidade da água piorou
Garimpos ilegais são desativados em Minas
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Uma grande operação desencadeada nesta semana na bacia do
rio São Francisco, na região central de Minas Gerais, lacrou dragas e balsas de 149 garimpos ilegais, ao longo de aproximadamente 200 km no rio Abaeté.
Segundo a Feam (órgão ambiental de Minas Gerais), a Polícia
Militar do Meio Ambiente e o Ministério Público Estadual calculam que cerca de mil garimpeiros
e três mineradoras operam ilegalmente na busca por diamantes.
Com ajuda de dois helicópteros,
a força-tarefa já lacrou 23 frentes
de trabalho, a maioria no Abaeté.
Mas há também garimpos ilegais
nos rios Borrachudo e Tiros. Alguns têm licença apenas para pesquisas de viabilidade econômica.
A maioria age na clandestinidade.
A área degradada é grande e será necessário mais tempo para
mapear o tamanho do dano ambiental. Por enquanto, foi possível
conhecer a destruição por meio
de sobrevôos com helicópteros.
São muitas áreas assoreadas e matas ciliares destruídas. O dano já
altera a qualidade das águas.
O alerta para as ilegalidades foi
dado por ONGs. Quando a operação começou, na última terça, já
não havia quase ninguém nas
áreas. Não houve prisões.
As chuvas têm prejudicado as
equipes, formadas por órgãos
ambientais de Minas, DNPM
(Departamento Nacional de Produção Mineral), Polícia Federal e
ministérios públicos Federal e Estadual. Os sobrevôos pararam e,
por terra, os veículos têm dificuldade em acessar as áreas.
Duas mineradoras que já tiveram licença para pesquisa seriam
responsáveis por 50% do dano,
diz a Feam. As empresas Gar Mineração e Giacampos Diamond
Mineradora também não possuiriam licença ambiental. Elas tiveram os equipamentos lacrados.
A reportagem deixou recado no
celular do diretor da Gar Mineração, Francisco Ribeiro, mas não
houve resposta até as 18h.
Márcio Danilo, contador da empresa, disse que a Gar está fora de
operação na área desde dezembro
e que a degradação é responsabilidade de garimpeiros ilegais, que
invadiram a área da companhia.
O responsável pela Giacampos
Diamond, o ex-garimpeiro Gilmar Campos, não foi localizado.
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