São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2006

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AMBIENTE DEGRADADO

Foram lacradas 149 áreas irregulares de extração de diamante, mas sem prisões; qualidade da água piorou

Garimpos ilegais são desativados em Minas

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Uma grande operação desencadeada nesta semana na bacia do rio São Francisco, na região central de Minas Gerais, lacrou dragas e balsas de 149 garimpos ilegais, ao longo de aproximadamente 200 km no rio Abaeté.
Segundo a Feam (órgão ambiental de Minas Gerais), a Polícia Militar do Meio Ambiente e o Ministério Público Estadual calculam que cerca de mil garimpeiros e três mineradoras operam ilegalmente na busca por diamantes.
Com ajuda de dois helicópteros, a força-tarefa já lacrou 23 frentes de trabalho, a maioria no Abaeté. Mas há também garimpos ilegais nos rios Borrachudo e Tiros. Alguns têm licença apenas para pesquisas de viabilidade econômica. A maioria age na clandestinidade.
A área degradada é grande e será necessário mais tempo para mapear o tamanho do dano ambiental. Por enquanto, foi possível conhecer a destruição por meio de sobrevôos com helicópteros. São muitas áreas assoreadas e matas ciliares destruídas. O dano já altera a qualidade das águas.
O alerta para as ilegalidades foi dado por ONGs. Quando a operação começou, na última terça, já não havia quase ninguém nas áreas. Não houve prisões.
As chuvas têm prejudicado as equipes, formadas por órgãos ambientais de Minas, DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), Polícia Federal e ministérios públicos Federal e Estadual. Os sobrevôos pararam e, por terra, os veículos têm dificuldade em acessar as áreas.
Duas mineradoras que já tiveram licença para pesquisa seriam responsáveis por 50% do dano, diz a Feam. As empresas Gar Mineração e Giacampos Diamond Mineradora também não possuiriam licença ambiental. Elas tiveram os equipamentos lacrados.
A reportagem deixou recado no celular do diretor da Gar Mineração, Francisco Ribeiro, mas não houve resposta até as 18h.
Márcio Danilo, contador da empresa, disse que a Gar está fora de operação na área desde dezembro e que a degradação é responsabilidade de garimpeiros ilegais, que invadiram a área da companhia. O responsável pela Giacampos Diamond, o ex-garimpeiro Gilmar Campos, não foi localizado.


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