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Arrecadação alta mostra sucesso, diz Receita
A arrecadação do setor cresceu R$ 676 milhões em 2007, dos quais R$ 176 milhões foram pagos pelos fabricantes pequenos
Segundo a Receita Federal, algumas fábricas pequenas, que foram pressionadas, começaram a pagar impostos pela primeira vez
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
A Receita diz que não faz sentido a acusação de que a legislação tributária sobre tabaco seja
um equívoco, como classificam
o Inca (Instituto Nacional de
Câncer) e a ACT (Aliança de
Controle do Tabagismo).
A maior evidência de que há
acertos nessa política, segundo
o órgão, é o aumento de arrecadação entre 2006 e 2007. O ano
passado, de acordo com a Receita, teve um evento histórico:
algumas fábricas pequenas começaram a pagar impostos pela
primeira vez.
Em julho do ano passado, o
IPI (Imposto sobre Produtos
Industriais) teve um aumento
de 30% -ou seja, o impacto
previsto para a arrecadação
anual seria de 15%, já que o aumento vigorou apenas no segundo semestre. A arrecadação
de IPI no ano passado, porém,
cresceu acima desse índice. O
aumento foi de 19%. Os impostos federais arrecadados cresceram de R$ 3,5 bilhões em
2006 para R$ 4,3 bilhões no
ano passado.
Marcelo Fisch, coordenador
de fiscalização da Receita, diz
que era esperada uma arrecadação de R$ 500 milhões a mais
com o aumento de 30% no IPI.
Porém, a arrecadação cresceu
R$ 676 milhões. Os R$ 176 milhões a mais foram pagos pelos
fabricantes pequenos, diz.
Esse aumento é resultado do
aumento de pressão da Receita
sobre essas fábricas. Entre o
ano passado e o começo deste
ano, foram fechadas três fábricas das empresas acusadas de
sonegação: duas da American
Virginia e uma da Sudamax.
Neste ano, pela primeira vez,
a Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) cancelou
o registro de uma fábrica de cigarros. Sem essa autorização, a
fábrica não pode funcionar.
A Receita não comenta a dívida dessas empresas, mas a Folha apurou que o valor gira em
torno de R$ 5 bilhões e não há a
menor perspectiva de que esse
valor venha a ser recolhido nos
cofres públicos algum dia. O
Sindifumo, sindicato que reúne
os pequenos fabricantes, considera a legislação de IPI injusta.
Outra novidade que a Receita
implantou é um sistema on-line de controle de produção.
Chamado de Scorpios, ele permite que o governo controle cada linha de produção das fábricas no momento em que o cigarro está sendo fabricado.
Com o selo adotado pelo sistema, a Receita pode pegar um
maço de cigarro num bar e saber quando ele foi fabricado,
em que fábrica e para quem foi
vendido. A partir de abril, todas
as fábricas de cigarro terão de
usar notas fiscais eletrônicas.
(MARIO CESAR CARVALHO)
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