São Paulo, terça, 17 de março de 1998

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PM erra e altera número de policiais mortos

CRISPIM ALVES
da Reportagem Local

Alegando erro de digitação, o comando da Polícia Militar de São Paulo alterou o número de policiais mortos no mês de janeiro deste ano na Grande São Paulo.
Em um primeiro relatório enviado à Secretaria da Segurança Pública, a PM tinha informado que 31 policiais haviam morrido em janeiro, sendo 21 em serviço. Depois, o número mudou. Agora, oficialmente, três PMs morreram em janeiro, nenhum em serviço.
As distorções foram detectadas no início de fevereiro, quando o CPM (Comando de Policiamento Metropolitano), responsável pela Grande São Paulo, encaminhou à Secretaria da Segurança Pública os números relativos ao Proar (Programa de Acompanhamento de Policiais Envolvidos em Ocorrências de Alto Risco) em janeiro.
A Secretaria da Segurança considerou que havia uma disparidade muito grande entre o relatório apresentado e os números relativos aos anos anteriores.
Pelo primeiro relatório do Proar, 21 PMs haviam morrido em serviço. O número era maior que a soma dos policiais mortos em serviço durante os anos de 97 (14 policiais) e 96 (seis).
Os dados também foram questionados pela Associação de Cabos e Soldados da PM, que tinha números diferentes. Logo após receber o primeiro relatório, a secretaria solicitou que o comando da PM fizesse uma revisão dos números. Há cerca de 15 dias, a PM encaminhou o novo relatório, no qual constam apenas três mortes em janeiro. Segundo informou a secretaria, o comando da PM alegou que houve um erro de digitação dos dados.
O número de PMs feridos também acabou sendo alterado. No primeiro relatório, foi informado que seis policiais se feriram. O número foi corrigido para nove.
O número de PMs mortos em serviço serviu, em janeiro, para o comandante-geral da tropa, coronel Carlos Alberto de Camargo, rebater o relatório da Ouvidoria da Polícia, que havia revelado um crescimento de 50% no número de civis mortos pela PM no último trimestre de 97.
Na época, Camargo afirmou que o número de PMs mortos em serviço havia aumentado 86% desde a sua posse, em setembro do ano passado (leia texto abaixo).



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