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Mãe afirma ficar perdida quando filha tem crise fora do "horário comercial"
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na última crise da filha Natália, 11, diagnosticada com
autismo quando pequena, a
operadora de telemarketing
Maria Regina Medeiros Logato, 32, desesperou-se. A menina gritava, arranhava o próprio corpo, agredia os que
tentavam segurá-la e quebrava o que via pela frente.
Como não sabia para onde
levar a garota, a mãe chamou
uma ambulância do Samu,
que, segundo ela, demorou
uma hora e meia para chegar.
Natália foi levada para um
pronto-socorro, onde não havia psiquiatra de plantão, e teve que voltar para casa, conta
Maria Regina. Por sorte, o remédio dado pela mãe fez efeito e a criança, àquela altura,
estava mais calma.
Em episódios como esse,
que só no final do ano passado
aconteceram duas vezes, Maria Regina se sente "perdida".
Não há na cidade locais públicos especializados em atendimento psiquiátrico que funcionem 24 horas ou aos sábados e domingos. Quando uma
crise acontece justamente
nesse período, o que resta à
mãe de Natália é recorrer a
um pronto-socorro.
"Não sei para onde correr.
Tenho medo de levá-la ao
hospital e um médico dar um
remédio errado, que piore a
situação. Seria ótimo se existisse um atendimento de
emergência especializado
funcionando todo o tempo",
afirmou.
Ela diz que não pensa em
internar a menina em um
hospital psiquiátrico, mas teme que, no futuro, talvez tenha de recorrer a isso.
Unidades 24 h
A Prefeitura de São Paulo
informou que entregará esse
anos cinco unidades dos chamados CAPs 3, centros de
atendimento que ficam abertos 24 horas. O órgão diz que
já oferece um serviço bom de
acordo com os parâmetros do
Ministério da Saúde.
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