São Paulo, sexta-feira, 17 de abril de 2009

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Mãe afirma ficar perdida quando filha tem crise fora do "horário comercial"

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na última crise da filha Natália, 11, diagnosticada com autismo quando pequena, a operadora de telemarketing Maria Regina Medeiros Logato, 32, desesperou-se. A menina gritava, arranhava o próprio corpo, agredia os que tentavam segurá-la e quebrava o que via pela frente.
Como não sabia para onde levar a garota, a mãe chamou uma ambulância do Samu, que, segundo ela, demorou uma hora e meia para chegar. Natália foi levada para um pronto-socorro, onde não havia psiquiatra de plantão, e teve que voltar para casa, conta Maria Regina. Por sorte, o remédio dado pela mãe fez efeito e a criança, àquela altura, estava mais calma.
Em episódios como esse, que só no final do ano passado aconteceram duas vezes, Maria Regina se sente "perdida". Não há na cidade locais públicos especializados em atendimento psiquiátrico que funcionem 24 horas ou aos sábados e domingos. Quando uma crise acontece justamente nesse período, o que resta à mãe de Natália é recorrer a um pronto-socorro.
"Não sei para onde correr. Tenho medo de levá-la ao hospital e um médico dar um remédio errado, que piore a situação. Seria ótimo se existisse um atendimento de emergência especializado funcionando todo o tempo", afirmou.
Ela diz que não pensa em internar a menina em um hospital psiquiátrico, mas teme que, no futuro, talvez tenha de recorrer a isso.

Unidades 24 h
A Prefeitura de São Paulo informou que entregará esse anos cinco unidades dos chamados CAPs 3, centros de atendimento que ficam abertos 24 horas. O órgão diz que já oferece um serviço bom de acordo com os parâmetros do Ministério da Saúde.


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