São Paulo, sexta-feira, 17 de abril de 2009

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SP prevê construir 400 residências terapêuticas

DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo afirma que irá construir 400 residências terapêuticas para atender a 3.300 pacientes que estão internados há mais de um ano por problemas como falta de estrutura familiar. A secretaria afirma que negocia os locais com as prefeituras.
As residências são locais de reinserção para até oito pacientes que acabam continuando o tratamento nos Caps.
O plano da secretaria, anunciado no final do ano passado, é investir R$ 15 milhões para transferir em três anos até 6.349 pacientes internados há mais de um ano. Os pacientes ficarão em residências terapêuticas em suas cidades. Hoje, 1.500 pacientes vivem em cerca de 200 residências no Estado.
"A ideia é tirar dos hospitais esses pacientes crônicos, que não precisam mais de cuidados da área de saúde mental, mas que perderam seus vínculos familiares. São alojados em residências, recebem uma verba do governo federal para se manter e seguem o tratamento", diz o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, que é defensor da existência dos leitos psiquiátricos para determinados estágios de tratamento.
O Estado tem 12 mil leitos psiquiátricos e segue a tendência de desospitalização do resto do país. No Complexo Hospitalar do Juquery, em Franco da Rocha (Grande São Paulo), que já teve 18 mil pacientes internados, há atualmente 280 -50 em fase aguda de tratamento. A intenção é que a maioria deles também migre para residências terapêuticas.

Pinel
No Hospital Psiquiátrico Pinel, em Pirituba (zona norte de São Paulo), o tempo de internação dos pacientes é hoje, em média, de 15 dias, de acordo com o diretor-geral do hospital, Eduardo Guidolin.
Ele conta que, há sete anos, quando assumiu a direção, a média era de 40 dias. "Antes, o paciente passava a morar no hospital por 30, 40 anos. O hospital não é lugar de morar, é lugar de se tratar quando se está doente", afirma Guidolin.


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