São Paulo, sexta-feira, 17 de abril de 2009

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Médico relata situação de caos no HC durante feriado

Ofício de neurocirurgião pede para que não sejam levados casos graves por conta da superlotação

Profissional que enviou documento ao Samu e aos bombeiros foi afastado, segundo diretor, para ser mais bem treinado

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dezenas de macas no corredor, falta de vagas na UTI, mesas de cirurgias ocupadas por pacientes por falta de leitos nos quartos e fila de espera para a cirurgia de emergência.
Essa situação de caos no pronto-socorro do Hospital das Clínicas de São Paulo, referência no atendimento de emergências na capital, foi descrita em ofício encaminhado ao Corpo de Bombeiros (193) e ao Samu (192) no sábado, dia 11, em pleno feriado de Páscoa.
Nele, o médico responsável pelo plantão controlador de vagas do pronto-socorro do HC pede para que não sejam levados pacientes com politraumatismos graves por conta da superlotação. No documento, obtido com exclusividade pela Folha, o médico informa que, naquele momento (8h20), havia sete pacientes em fila de espera para a cirurgia, sendo que um deles tinha sido levado pelo helicóptero Águia da PM.

Hospital sobrecarregado
"Como ocorre geralmente em feriados prolongados, há falta de especialistas das várias áreas cirúrgicas na Grande São Paulo, fazendo com que nosso hospital seja mais solicitado e sobrecarregado para compensar o problema", diz um trecho.
O documento conclui: "Esta solicitação atende estratégia para tentar contornar a situação e também [um] pedido dos chefes de plantão da cirurgia. Nossa situação no momento é extremamente difícil em termos operacionais e contamos com a vossa compreensão."
O HC negou que a situação estivesse fora de controle no dia relatado pelo médico (leia texto ao lado).
O médico que escreveu o ofício, o neurocirurgião Clemar Corrêa, foi afastado temporariamente da função no plantão controlador de vagas.
Ontem, ele disse à reportagem que preferia não falar sobre o assunto.
A direção do HC informou que o afastamento foi para que o profissional fosse mais bem treinado para a função.


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