São Paulo, sábado, 17 de maio de 1997. |
Próximo Texto | Índice CASO DANIELLA PEREZ Decisão é recebida com aplausos no plenário do Rio; advogados pretendem recorrer da decisão Por 4 a 3, Paula é condenada a 18,5 anos
da Reportagem Local e dos enviados especiais ao Rio Por 4 a 3, Paula Nogueira de Almeida Thomaz, 23, foi condenada ontem de manhã a 18 anos e seis meses de prisão. Por quatro votos a três, os sete jurados a consideraram culpada da acusação de ter participado da morte da atriz Daniella Perez. Iniciado às 14h15 de quarta-feira, o julgamento terminou às 9h, com a leitura da sentença pelo juiz José Geraldo Antônio (leia ao lado). Em janeiro, Guilherme de Pádua, ex-marido de Paula, havia sido condenado a 19 anos de prisão pela autoria do crime, ocorrido em 28 de dezembro de 1992. Dos sete jurados, três votaram pela absolvição de Paula. A reação de amigos e parentes de Daniella ao ser lida a sentença foi entusiasmada. Houve aplausos, gritos e assovios no plenário. A mãe de Daniella, Glória Perez, disse que "a justiça foi feita". Ela afirmou considerar que sua "luta acabou". Mesmo que Paula e Pádua deixem a prisão em breve, "simbolicamente eles foram condenados pelo resto da vida", disse. Os pais da condenada, Paulo e Maria Aparecida de Almeida, deixaram o tribunal sem chorar, mas demonstravam abatimento. Para o pai de Paula, a sentença foi injusta. Como em janeiro completará cinco anos presa, Paula deverá ter direito a requerer a prisão semi-aberta. Se concedido, o benefício permitirá que ela trabalhe de dia e passe a noite na prisão. Na sentença, o juiz diz que Paula "exteriorizou uma personalidade violenta, perversa e covarde, quando contribuiu, consciente e voluntariamente, para destruir a vida de uma pessoa indefesa, sem nenhuma chance de escapar ao ataque de seus algozes". A pena de Paula foi de 19 anos de prisão, reduzida para 18 anos e seis meses porque ela tinha menos de 21 anos na época do crime. Tanto a acusação quanto a defesa decidiram recorrer contra o resultado do julgamento. O advogado Carlos Eduardo Machado, que defendeu Paula em parceria com Augusto Thompson, disse que pedirá a nulidade do júri. A defesa apresentará, como justificativa do pedido, o fato de o promotor Maurício Assayag, que atuou no júri, ser lotado na comarca de Niterói (a 15 km do Rio). Também alegará que não constam do processo documentos importantes para a defesa. Assim como fez após o julgamento de Guilherme de Pádua, a promotoria resolveu pedir à Justiça o aumento da pena, mas a decisão não foi anunciada ontem. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça divulgou que os três primeiros votos apurados foram favoráveis à absolvição. Os promotores negaram a informação. Segundo eles, os primeiros votos foram dois para a absolvição e dois para a condenação. (LUCIA MARTINS, MÁRIO MOREIRA, MAURO TAGLIAFERRI e SERGIO TORRES) Próximo Texto | Índice |
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