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PATRIMÔNIO
Grupo de moradores do Condomínio Louvre, no centro de São Paulo, terá isenção de IPTU por dez anos
Edifício lucra R$ 1,7 mi com restauração
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Moradores de um edifício histórico do centro de São Paulo vão
"lucrar" cerca de R$ 1,7 milhão
nos próximos dez anos com a
isenção de IPTU.
Um grupo de 221 proprietários
do Condomínio Louvre, na av.
São Luís, 192, receberá amanhã
um certificado da prefeitura por
ter realizado obras de restauração
das fachadas, de acordo com as
características originais.
Com o documento, eles não
precisarão pagar o Imposto Predial e Territorial Urbano até 2010,
conforme prevê a lei 12.350, de 6
de junho de 97, que garante o benefício aos prédios da capital paulista tombados pelo patrimônio
histórico.
O Louvre, projetado pelo paulistano João Artacho Jurado na
década de 50, foi tombado pelo
Conpresp (Conselho Municipal
de Preservação do Patrimônio)
em 1992. A obra tem 25 andares e
características da arquitetura modernista.
Outros 109 condôminos do
Louvre ainda não conseguiram a
isenção por não terem apresentado os documentos necessários
(como certidão negativa de débitos fiscais).
Apenas o IPTU dos 221 que serão beneficiados a partir de junho
corresponde a R$ 175.622,00 por
ano aos cofres da prefeitura. Em
dez anos, a isenção atinge R$ 1,756
milhão, segundo os valores atuais.
Os gastos que os moradores tiveram com a reforma não passaram de R$ 242 mil, segundo o síndico e administrador do Louvre,
Idinei Luiz Cordeiro.
"Fizemos a lavagem do prédio,
pintura e colocação de pastilhas
no tom original", afirmou. "Tivemos uma grande vantagem", admite Cordeiro.
De acordo com ele, a obra saiu
ainda mais barata porque os moradores não precisaram tirar dinheiro do próprio bolso. "O que a
gente arrecadou com o aluguel de
lojas e vagas na garagem já foi suficiente", afirmou.
Para continuar com o benefício
nos próximos anos, o condomínio terá que manter a conservação da fachada.
Técnicos do Procentro (Programa de Valorização do Centro), ligado à prefeitura, farão vistorias
anuais para verificar a situação do
prédio. "Não vamos gastar mais
do que R$ 20 mil a cada três
anos", disse Cordeiro.
Para Nelson Yamaga, coordenador técnico do Procentro, a
isenção não significará prejuízo
para o governo municipal. O órgão é um dos responsáveis pela
análise do projeto de restauração.
"Mais do que a vantagem financeira, você dissemina a mentalidade da restauração", disse.
Apesar de a lei existir desde
1997, o Louvre é o primeiro conjunto residencial a se beneficiar
dela. No ano passado, quatro prédios não-residenciais a utilizaram: Casa da Bóia, na Florêncio
de Abreu, Banespa, no viaduto do
Chá, Hotel Marian, na Casper Líbero, e Bolsa de Valores, na 15 de
Novembro.
Outros 30 processos de edifícios
tombados estão sendo analisados
pelo Procentro. Segundo Yamaga, 460 construções da região central também poderão conseguir a
isenção do IPTU.
Para adquirir o benefício, além
do tombamento pelo patrimônio
histórico, é preciso o laudo ou
projeto de um arquiteto sobre a
restauração. A aprovação depende do Procentro e do Conpresp.
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