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Administradora vira "chefe" do centro
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A administradora regional da
Sé, Clara Ant, viu sua estrela brilhar, ontem, no anúncio do plano
Reconstruir o Centro, que pretende transformar os problemas da
região numa vitrine para o horário eleitoral de 2002.
Hierarquicamente abaixo dos
secretários Jorge Wilheim (Planejamento), Paulo Teixeira (Habitação) e Arlindo Chinaglia (Implantação das Subprefeituras), Clara
lhes foi superior ontem.
Sentados, eles fizeram uma breve intervenção de até cinco minutos. Ela detalhou por quase uma
hora seu plano para o centro.
Veio depois o reconhecimento:
Marta Suplicy deu um forte abraço na administradora. "Confesso
que eu, como uma pessoa perfeccionista e muito crítica, tentei encontrar defeito nesse programa
apresentado de forma magnífica
pela Clara, mas foi impossível."
Essa deferência a Clara Ant tem
duas razões. Marta confia plenamente nela: ao anunciá-la como
administradora, lhe deu 120 dias
para ela, arquiteta, apresentar um
plano para o centro, considerado
a vitrine da prefeitura (vidraça, se
o plano fracassar). Ela cumpriu a
missão (com pequeno atraso) e
exibiu um programa que, para a
prefeita, "não tem defeito".
Além disso, a ex-deputada estadual Clara é uma extensão do presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi tesoureira na campanha de 98.
Após o evento, Clara Ant concedeu entrevista à Folha, por telefone, onde disse que será a nova
presidente do Procentro, programa de revitalização ligado à Secretaria da Habitação, onde um conselho dá aval a projetos, públicos
ou privados, para a região.
Folha - Parece que não ficou claro
aos ambulantes se todos terão de
sair da área piloto. O que a sra. diz?
Clara Ant - Fui bem clara. Os centros novo e velho não terão comércio informal. Não iremos retirá-los porque pessoas não podem
ser removidas; todos sairão gradativamente para áreas permitidas e a partir do momento em que
encontremos alternativas a eles.
Folha - O programa retoma iniciativas do Procentro. Como caminharão os dois programas?
Clara - Como o encaminhamento técnico e jurídico da prefeitura
tarda, não pudemos antecipar a
notícia de que serei a nova presidente do Procentro. Isso servirá
para indicar à sociedade a unidade de ações que planejamos, e para ensaiar a criação da Subprefeitura Sé. Quando tiver subprefeitura, não vai ser preciso o Procentro. Ele foi criado logo no início da
gestão Maluf, que fez pequenas
intervenções no local, porque era
confortável àquele governo que a
questão fosse tratada assim.
Folha - Mas o Reconstruir o Centro usa idéias do Procentro, como a
recuperação de fachadas...
Clara - Isso é a Lei das Fachadas.
As obras do Procentro, como recuperação do viaduto do Chá,
mesmo as grandes, não cuidavam
do todo; criavam pequenos cartões-postais, mas no trajeto de um
a outro a degradação permanecia
a mesma. Isso ocorre quando você não vê o urbano como um todo. Qualquer projeto poderá ser
desenvolvido, desde que esteja
dentro das regras do programa.
Folha - Na prática, o que muda?
Clara - Mostra unidade, conjunto. Fizemos quatro seminários
para elaborar o programa, reunindo todos os técnicos da prefeitura. Vira uma torre de babel
quando juntamos todo mundo, e
o Procentro era isso, uma babel.
Colaborou SÉRGIO DURAN,
da Reportagem Local
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